20 DE NOVEMBRO

Consciência Negra: educação, direitos, liberdade

Programa destaca temáticas do 20 de Novembro na educação

Ouça o áudio:

Professora Marilda Cordeiro: "o racismo, o preconceito, podemos estudar, ter dinheiro, andar bem vestida, que vamos nos deparar com eles todos os dias" - Divulgação / Sind-UTE MG

No programa Roda de Conversa desta semana, dedicado à Consciência Negra, a memória de heróis que lutaram contra o racismo como Zumbi dos Palmares, Dandara, Carolina de Jesus, Nilma Lino e Makota Valdiva foram celebradas. O programa contou com dois ilustres convidados: José Luiz Rodrigues, professor e diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais(Sind-UTE/MG), e Marilda Cordeiro, professora, pesquisadora de dança afro e articuladora cultural do Alto Vera Cruz.

José Luiz Rodrigues, além de seu papel como sindicalista, falou sobre sua atuação em sala de aula, ressaltando que a educação é fundamental para transformar as estruturas sociais e combater o racismo, e que é necessária uma mudança radical nas instituições pois ‘’o racismo é um fenômeno estrutural e enraizado na sociedade’’. Além disso, ele destacou a necessidade de combater também o racismo religioso, que ocorre através da demonização das religiões de matriz africana . 

Marilda Cordeiro destacou a importância de preparar os professores para lidarem com questões raciais e ‘’empoderarem as meninas negras’’ . Ela compartilhou experiências pessoais sobre o racismo na vida cotidiana, e afirmou que o racismo atinge até mesmo aqueles que possuem sucesso financeiro e educacional.’’Uma criança negra, pode entrar em qualquer estabelecimento bem arrumada que vão andar atrás dela, eu mesmo já passei por isso. O racismo, por mais dinheiro e estudos que um negro tenha, ele irá passar por isso’’. Marilda também falou sobre a necessidade de tornar o combate ao racismo uma pauta diária nas escolas e não apenas em datas como o Dia da Consciência Negra, e sobre a importância de políticas afirmativas estruturadas, destacando a unidade e coletividade como características essenciais.

Por fim, os participantes falaram sobre a recente atualização da Lei de Cotas pelo presidente Lula,a considerando um importante avanço.. A legislação mantém a reserva de metade das vagas para alunos de escolas públicas de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência, e inclui agora estudantes quilombolas. Os cotistas competem inicialmente por vagas na ampla concorrência, utilizando suas notas para disputar vagas específicas de cotas se necessário, representando um passo importante na promoção da inclusão e igualdade.

Edição: Wallace Oliveira