SAINDO DO INFERNO

Brasil aguarda autorização para retirar mais 85 pessoas da Faixa de Gaza

Grupo de brasileiros e palestinos residentes no país está reunido próximo à fronteira com o Egito

Brasil de Fato | Botucatu (SP) |
Prédio em chamas e busca por vítimas nesta quarta (6) após ataque aéreo israelense em Rafah, cidade onde está o grupo de 85 pessoas reunidas pelo governo brasileiro - MAHMUD HAMS / AFP

Um grupo de 85 pessoas, composto por brasileiros, palestinos com residência no Brasil e seus familiares, foi retirado das regiões mais perigosas da Faixa de Gaza e está reunido perto da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito. A informação foi confirmada ao Brasil de Fato pela assessoria de comunicação do Ministério das Relações Exteriores.

"Conseguimos concentrar 85 brasileiros e familiares próximos em Rafah, retirando-os dos teatros de operações mais intensos de Khan Younis, Deir al Balah e do campo de refugiados de Nuseirat, e colocando-os muito próximos da fronteira", informou o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, nesta quarta-feira (6), segundo o jornal O Globo.

Desde 7 de outubro, quando o conflito começou, o governo brasileiro já retirou 1.477 pessoas das regiões mais afetadas: Gaza, Cisjordânia e Israel. Agora, as autoridades brasileiras esperam apenas pela liberação de Israel e Egito para transportar essas pessoas pela fronteira e tirá-los do território que está novamente sob ataque de Israel, após a breve trégua para troca de reféns por prisioneiros.

Mesmo Rafah, para onde o grupo de brasileiros foi levado, não está livre de perigo. As Forças Armadas de Israel bombardearam a cidade mais ao sul do enclave no começo da semana, o que não impediu que uma nova leva de pessoas chegasse ao local, após ordens de evacuação israelenses em outras cidades do sul de Gaza.

Israel avançou nesta terça-feira (5) sobre a cidade de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, na segunda fase da operação terrestre no território palestino. Na primeira, concentrada no norte do território, foram mortos mais de 10 mil palestinos, em sua maioria mulheres, crianças e adolescentes.

Pouco antes de bombardear a parte norte do território, militares israelenses ordenaram aos moradores palestinos que saíssem de suas casas e buscassem refúgio na parte sul. Agora, essa área também está sendo atacada.

Edição: Thalita Pires