Supremo

Dino assume postura litúrgica e técnica em sabatina para o STF, diz cientista política

Ainda que progressista futuro ministro da corte não deve trazer à tona temas polarizados na sociedade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Flávio Dino durante a sabatina no Senado. - EVARISTO SA / AFP

Marcada pelo tom técnico e calmo de Flávio Dino, a sabatina do ministro da justiça no senado o consagrou como futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (13). Em votação apertada, Dino recebeu 47 votos favoráveis, seis a mais do que era necessário, outros 31 parlamentares votaram contra. Dino vai herdar a vaga de Rosa Weber, que se aposentou no fim de setembro do STF. 

Para analisar a sabatina e falar sobre o que esperar da atuação de Dino como ministro do Supremo, o programa Central do Brasil conversou com Mayra Goulart, cientista política e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “O comportamento de Dino mostra que ele está num período de transição entre a figura de um político, alguém que tem uma atuação que visa dialogar diretamente com as bases e com os cidadãos para um ministro que é um quadro do qual não se espera o mesmo tipo de relacionamento direto com a sociedade, uma vez que os ministros têm uma função técnica que é de resguardar a Constituição.”

Nesse sentido, Mayra avalia que Dino assumiu uma postura litúrgica e técnica. “Mostrou que é capaz de performar nesse âmbito de excelente notório saber jurídico que o qualifica como ministro do supremo.” Segundo ela, os outros parlamentares estavam atuando de uma maneira a marcar posição e dialogar com sua base eleitoral produzindo takes para suas redes sociais. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Brasil de Fato (@brasildefato)

Além disso, a indicação de Dino pode trazer mais pautas progressistas ao STF quando comparado às indicações de Bolsonaro. Ainda assim, a especialista afirma que houve um pedido por parte do presidente Lula (PT) para que Dino seja um pilar de diminuição da radicalização.

“A gente observa ao longo desse primeiro governo Lula que há uma aposta numa sensação de harmonia social, num bem estar econômico e numa desativação de temática desses afetos polarizados na sociedade, temas que dizem respeito aos direitos civis aos direitos das minorias foram preteridos para que não ativassem ainda mais essa polarização”, disse a cientista.

Assista agora ao programa completo:

Essequibo 

Presidentes da Venezuela e da Guiana se reúnem hoje para debater a questão de Essequibo; Brasil será mediador do encontro.

Crime da Braskem 

Moradores de bairros que afundaram em Maceió criticam acordo feito entre a prefeitura da cidade e a petroquímica; pelo texto, a empresa vira dona dos bairros.

Edição: Rebeca Cavalcante