crack e cocaína

Material de empresa de Cariani fabricaria 19 toneladas de drogas; Operação Escudo 1 apreendeu 1.800% a menos

Polícia Federal encontrou indícios de ligação da empresa de bolsonarista com o tráfico de drogas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Bolsonaro posou ao lado de Cariani - Reprodução Instagram

De acordo com a Polícia Federal, a Anidrol, indústria química que tem entre seus sócios o influenciador digital Renato Cariani, desviou fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila para a produção de drogas. Segundo a investigação do órgão, a quantidade apartada seria suficiente para fabricar 19 toneladas de crack e cocaína. 

:: Em audiência pública ignorada por governo Tarcísio, vítimas contam como é viver sob a Operação Escudo ::

A quantidade impressiona. Para que se tenha uma ideia, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) divulgou que a primeira fase da Operação Escudo na Baixada Santista, que durou 40 dias e foi encerrada em 5 de setembro deste ano, prendeu 958 pessoas e apreendeu 1 tonelada de drogas, 1.800% a menos do que seria possível produzir com os produtos que teriam sido desviados pela empresa de Cariani, segundo a PF. 

Na última terça-feira (12), a Polícia Federal, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Receita Federal deflagraram a operação Hinsberg, que investiga o desvio de produtos químicos para a produção de drogas. O alvo seria a empresa Anidrol, que tem como sócio o influenciador digital Renato Cariani.

Segundo a investigação, a Anidrol emitia notas fiscais fraudulentas em nome de empresas licenciadas para a venda de produtos químicos no país, 60 dessas transações foram identificadas em um ano de investigação.

Renato Cariani é empresário e carrega 7,4 milhões de seguidores em suas redes sociais. Ele ficou conhecido após entrevistar ao vivo o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PL), em agosto de 2022, dentro de sua academia em São Paulo.  

No contexto da Operação Escudo, a Polícia Militar do Estado de São Paulo cometeu uma chacina no Guarujá, cidade do litoral paulista, que terminou com 28 mortos. Os assassinatos começaram após a morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA) no dia 27 de julho deste ano.

Edição: Rebeca Cavalcante