escalada no conflito

Vice-líder político do Hamas morre em ataque israelense no Líbano

Explosão causou ao menos seis mortes; primeiro-ministro libanês condena ataques e diz que Israel cometeu crime

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Ouça o áudio:

Saleh al-Arouri (em primeiro plano à esquerda) durante reunião com o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah (à direita), em outubro de 2023 - AFP PHOTO / HEZBOLLAH'S MEDIA OFFICE

O vice-líder do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, morreu nesta terça-feira (2) após ataque com drones israelenses ao sul de Beirute, capital do Líbano. A morte de Arouri e de dois integrantes da brigada militar foi confirmada pelo próprio Hamas, segundo a NNA, agência de notícias estatal libanesa.

Arouri vivia no Líbano, após passar 15 anos preso em Israel. Do exílio, atuava como uma espécie de porta-voz do Hamas desde o início do conflito vigente, com um massacre israelense em território palestino em resposta ao ataque de 7 de outubro. Ele era considerado terrorista pelo governo dos Estados Unidos.

Após a confirmação da morte, houve protestos populares na cidade de Ramallah (Cisjordânia), região de nascimento de Arouri. A imprensa palestina afirma que foi convocada uma greve geral para quarta-feira (3) em resposta ao assassinato.

De acordo com o jornal israelense Arutz Sheva, um funcionário do governo israelense que atua junto ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel "não assume a responsabilidade" pelo ataque.

Já o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que o ataque foi uma ação israelense. Ele condenou o episódio, o qual chamou de "crime". Mikati disse também que o ataque pode levar o Líbano a "uma nova fase no confronto".

"Esta explosão visa, sem dúvida, envolver o Líbano, servindo como uma resposta clara aos nossos esforços para manter o espectro da guerra em andamento em Gaza longe do Líbano. Apelamos às nações envolvidas para que pressionem Israel para interromper os seus ataques", disse o primeiro-ministro libanês, citado pela NNA.

O local do ataque fica a cerca de 100 quilômetros da fronteira libanesa com o território israelense, e é uma área de atuação do Hezbollah. Em novembro, o líder do grupo, Hassan Nasrallah, disse que a possibilidade de uma "guerra total" era realista.

Segundo a rede de televisão Al Jazeera, o clima em Beirute é de tensão e expectativa em relação à possível reação do Hezbollah. Nasrallah chegou a citar que haveria forte retaliação em caso de mortes causadas por Israel em território libanês.

Edição: Nicolau Soares