Custo de vida

Porto Alegre fecha 2023 com a cesta básica mais cara do país, aponta Dieese 

Após ficar estável em novembro, conjunto alimentício volta a subir na capital gaúcha e fecha o ano no valor de R$ 766,53

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |

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Dieese faz levantamentos mensais sobre o preço da cesta básica em 17 capitais do país - Foto - Ariel Gomes - GOVCE

A cesta básica de Porto Alegre fechou o ano de 2023 como a mais cara entre as 17 capitais brasileiras que compõem a apuração mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Após ficar estável em novembro, conjunto alimentício voltou a subir na capital gaúcha e fechou o ano no valor de R$ 766,53

Dos 13 produtos pesquisados, cinco registraram aumento de preço: o arroz (25,53%), a batata (18,91%), o feijão (14,32%), o açúcar (9,13%) e o pão (5,33%). Em sentido oposto, sete itens ficaram mais baratos: o óleo de soja (-29,14%), o café (-15,34%), a farinha de trigo (-11,62%), a banana (-4,11%), o leite (-4,08%), a carne (-2,54%) e a manteiga (-0,29%). O tomate ficou estável (0,00%).

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Entre novembro e dezembro de 2023, o valor do conjunto de bens alimentícios básicos registrou alta de 3,70%. Na variação mensal, doze itens registraram aumento de preço: a batata (18,52%), a banana (10,33%), o feijão (8,98%), o tomate (6,34%), o arroz (5,92%), o óleo de soja (5,55%), a manteiga (2,83%), o café (1,49%), o pão (0,89%), o leite (0,69%), o açúcar (0,62%) e a carne (0,43%). A farinha de trigo ficou estável (0%).

Em 2023, preço da cesta básica diminuiu em 15 capitais

De acordo com o Dieese, em 2023 o valor da cesta básica diminuiu em 15 das 17 capitais. As principais reduções acumuladas, entre dezembro de 2023 e dezembro de 2022, foram registradas em Campo Grande (-6,25%), Belo Horizonte (-5,75%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). Já as taxas positivas acumuladas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).

Entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%). 

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Em dezembro de 2023, o maior custo do conjunto de bens alimentícios básicos foi apurado em Porto Alegre (R$ 766,53), depois em São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e Rio de Janeiro (R$ 738,61). 

Salário mínimo deveria ser 4,88 vezes maior

O valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.439,62 , conforme estimativa feita pelo Dieese. Isso equivale a 4,88  vezes o mínimo de R$ 1.320,00. Em novembro, o valor necessário era de R$ 6.294,71 e correspondeu a 4,77 vezes o piso mínimo.

O cálculo é feito com base na cesta mais cara, que em novembro foi a de Porto Alegre, e leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

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Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, nota-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2023, 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 52,82%. Em dezembro de 2022, a média era de 60,22%.

Veja neste link a relação completa do levantamento do Dieese em relação a 2023.

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Marcelo Ferreira