Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
No Result
View All Result
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
No Result
View All Result
Brasil de Fato
Início Bem viver Cultura

ESPIRITUALIDADE

‘O racismo religioso tenta nos matar na essência, na origem’, afirma Baba Diba de Iyemonjà

Com o tema 'Paz e Justiça na Terra' foi realizada nesta segunda-feira (22) a XVI Marcha Estadual pela Vida e Liberdade

23.jan.2024 às 22h05
Porto Alegre
Fabiana Reinholz

Marcha aconteceu no final da tarde desta terça-feira (22) - Foto: Fabiana Reinholz

Apontado como o estado com o maior número de terreiros no Brasil (livre estimativa contabiliza 65.000), o Rio Grande do Sul realizou nesta segunda-feira (22) a XVI Marcha Estadual pela Vida e Liberdade Religiosa. Ao som de tambores e axés, a marcha que teve como tema "Paz e Justiça na Terra", reuniu praticantes da religião africana de diversas partes do estado, representantes de outras religiões assim como movimentos sociais, parlamentares gaúchos, sindicatos e simpatizantes. 

:: Intolerância religiosa aparece em um terço dos casos de racismo no Brasil, mostra pesquisa ::

Organizada por uma Comissão inter-religiosa e multi-institucional, a marcha foi precedida pelo "Seminário Desafios Globais: Construindo Pontes para a Paz e Justiça na Terra", uma iniciativa que teve como objetivo abordar os conflitos armados que assolam a Palestina, África e Europa. Evento aconteceu na Assembleia Legislativa. 

“O seminário foi importante porque a gente estava trazendo o tema não só do racismo religioso, mas também da paz das religiões e a paz mundial. E também abordamos a saúde do planeta. Nossa teologia manda que a gente nasça, cresça se multiplique e cuide da Terra, porque a Terra está adoecendo. Se a Terra morrer morrerão brancos e negros, de todas as religiões, porque nós somos oriundos dela, afirma o babalorixá no Ilê Asé Iyemonjá Omi Olodô e coordenador nacional da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), Baba Diba de Iyemonjà.


Seminário Desafios Globais: Construindo Pontes para a Paz e Justiça na Terra / Foto: Fabiana Reinholz

Espera de 10 anos por uma nova Conferência 

A concentração da marcha foi realizada em frente ao Palácio Piratini, com cânticos aos orixás, intervenções artísticas, e de participantes da marcha. O ato cobrou a realização da II Conferência do Povo de Terreiro cancelada quatro vezes pelo governo. Durante a manifestação e através da mobilização de parlamentares, uma comitiva foi recebida pelo secretário adjunto da Casa Civil, Gustavo Paim.  


Comitiva se encontrou com representante da Casa Civil do RS / Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com Íyá Sandrali de Campos Bueno, o Executivo ficou de realizar uma nova reunião com a Comissão Organizadora para se ter um posicionamento a cerca da Conferência e uma possível data. 

“Uma Conferência que estava marcada e definida não dá para tu cancelar na semana por falta de recurso. Entregamos o manifesto da marcha ao secretário. Foi um bom avanço, o tambor funcionou aqui. Há um indicativo de que possamos conversar com o governador. Isso é importante, pois o RS é pioneiro nesta política”, afirma. A primeira Conferência aconteceu em 2014. 

De acordo com o Censo de 2010 (os números sobre religiões do censo mais recente, de 2022, ainda não estão disponíveis) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há cerca de 600 mil pessoas que se autodeclararam como seguidores de religiões de matriz africana, sendo 407 mil praticantes de umbanda, 167 mil do candomblé e 14 mil de outras religiões, entre elas o batuque. Dos 407.332 brasileiros que se declararam umbandistas, 140.315 estavam no RS, representando 34,45% do total. 


Manifestação aconteceu no centro de Porto Alegre / Foto: Fabiana Reinholz

“As pessoas nos perguntam porque isso, e a resposta é que o estado é tão racista, intolerante que o nosso movimento também acaba sendo maior do que isso tudo”, comenta Sandrali. 

Após a concentração, a marcha seguiu pelas ruas da capital gaúcha, realizando uma parada na prefeitura onde foi feita a varredura das escadas da sede do Executivo municipal, seguindo após até a Usina do Gasômetro. 

Contra o racismo religioso 

“Não é mais uma marcha, é mais uma etapa da mesma marcha que começou há 16 anos atrás por causa da mãe Gilda que chamou atenção para o racismo religioso e a perseguição, principalmente às religiões de matriz africana O racismo religioso continua acontecendo. Mas estamos na luta, estamos juntos, juntas, juntes e estamos vendo cada vez mais consciência da necessidade de mudar esse sistema que a gente vive. O racismo não é mais uma coisa do sistema é o próprio sistema”, ressalta o bispo diocesano da Diocese Meridional em Porto Alegre, Humberto Maiztegui Gonçalves.

:: Intolerância religiosa: Bahia tem casos emblemáticos, ausência de dados específicos e subnotificação :: 

Segundo levantamento da startup JusRacial, em 2023 haviam 176 mil processos por racismo em tramitação nos tribunais do país, e um terço deles (33%) envolviam intolerância religiosa.

“As religiões de matriz africana lembram de uma coisa que a sociedade dominante não quer se lembrar, que foi construída sobre a morte, sangue e sacrifícios de povos inteiros que continuam a ser assassinados”, afirma Humberto. 


Varredura das escadas da Prefeitura Municipal / Foto: Fabiana Reinholz

Alusiva ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado em 21 de janeiro, a marcha, segundo frisa Baba Diba, é para chamar atenção ao racismo religioso, que vem crescendo cada vez mais.

“Pessoas morrendo, um exemplo recente e vivo na memória de todos é a mãe Bernadete que foi assassinada com um monte de tiro no rosto. Isso só aconteceu porque ela era uma yalorixá, em que pese ali a luta pela terra, pelo território. Mas é dessa forma que eles agem com as autoridades religiosas, que são tratadas, inclusive pela Brigada Militar aqui do RS, como marginais. A abordagem deles é desrespeitosa e equivocada. A gente precisa que o Estado, que as instituições se comprometam de fato com o combate ao racismo religioso”, afirma. 


Baba Diba, Ìyá Claudia Chú e Íyá Sandrali / Foto: Fabiana Reinholz

Ìyá Claudia Chú, de Alvorada, teve seu terreiro invadido por brigadianos enquanto realizava um rito com os orixás manifestados. Na ocasião tentaram levar os tambores e as pessoas presentes. “Temos oito anos de perseguição aonde autoridades tantos judiciais quanto policiais que deveriam nos dar suporte, fazem a perseguição religiosa.”

De acordo com ela o racismo religioso está muito forte em Alvorada. “Meu território é perseguido constantemente. Os poderes fingem que abrem as portas e nós fingimos que acreditamos para podermos sobreviver, para poder tocar nosso tambor e praticar a nossa tradição deixada pela nossa ancestralidade e que gostaríamos de deixar para nosso futuro”, pontua.


Ao som de tambores e axés, a marcha se manifestou na frente do Palácio Piratini / Foto: Fabiana Reinholz

Para Ìyá Claudia, a marcha é mais uma vez o simbolismo da luta, da resistência contra a intolerância religiosa e o racismo religioso. “Nossos direitos, nossos territórios estão sendo invadidos por leis que não são cumpridas. O meu território é sagrado e agora ele é invadido, hoje eu sou uma das Iyas Claúdias que é perseguida e enfrenta o racismo religioso na pele. Precisamos que todos os poderes tenham consciência do que é a justiça, do é que racismo e intolerância. Estamos pedindo respeito, mas com verdade.”

Na avaliação de Baba Diba é preciso que as instituições se comprometam com a eliminação do racismo religioso. “O racismo religioso tenta nos matar na essência, na origem. É a face mais perversa do racismo porque sabem que nós somos antologicamente ligados ao nosso sagrado, e para matar o sagrado que está em nós precisam nos matar.”

Para o religioso é preciso que se tome uma medida estadual, federal, municipal para que de fato barre o racismo religioso e que se penalize os racistas. “O RS é o maior estado em número de terreiros do Brasil. No nosso estado não se dorme sem ouvir ao fundo o barulho dos tambores do batuque”, finaliza. 

 
 
 
 
 
Ver essa foto no Instagram
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Brasil de Fato RS (@brasildefato.rs)

Entre os parlamentares gaúchos estavam as deputadas federais Reginete Bispo, Maria do Rosário (ambas do PT), representante da deputada federal Daiana Santos (PCdoB), o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL), representante dos mandatos da deputada Laura Sito (PT) e Bruna Rodrigues (PCdoB), e a vereadora de Viamão, Fátima Maria (PT).


"No nosso estado não se dorme sem ouvir ao fundo o barulho dos tambores do batuque”, afirma Baba Diba / Foto: Fabiana Reinholz / Foto: Fabiana Reinholz

“Eles dizem que nossa fé é maligna. 
Mas as piores torturas envolveram escravidão e guilhotina não vieram da feitiçaria. 
Eles queimaram terreiros, mataram guerreiros, obrigam a crianças negras a cantar hino que ensina que eles mereceram serem escravizados por meio milênio. 
Somos descendente de reis e rainhas, somos protegidos por elementos da natureza, o ouro de Oxum brilha na nossa pele, justiça de Xangô protege na cabeça. 

Se o Estado é laico não deveria ter bancada evangélica. Era para existir igualdade de cor, gênero e religião. E não diga que entenda o que sentimos porque fomos agredidos, reprimidos e vendidos. Vocês não entenderiam. Isso é herança ancestral e a tua intolerância não pode me parar, quem abre meus caminhos tem a chave do futuro. Alupo, Alupo, Alupo, o meu centeiro é pai Bará”, poesia declamada pela slam Micativa.


Editado por: Katia Marko
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Ex-ministro do PT

Dirceu rejeita aumento do número de deputados e defende reforma contra distorções: ‘Câmara não representa a nação’

LITERATURA

‘Brucutu Rei’ junta horror e comédia para narrar a história de um monstro

futuro possível

Feira da Reforma Agrária: o socialismo que dá certo

A CIDADE TEM MEMÓRIA

No Recife (PE), João Campos celebra parque conquistado pelo Ocupe Estelita, mas apaga luta popular

PT

“O PT deixou de estar na base, de consultar os filiados, os trabalhadores,” diz Rui Falcão

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

No Result
View All Result
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Radioagência
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.