Protesto

Brasília: ato com 272 cruzes lembra vítimas da barragem da Vale em Brumadinho (MG)

Caso completa cinco anos nesta quinta-feira (25); nenhum dos réus denunciados pelo MP foi julgado ou punido pelo crime

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Protesto exibe 272 cruzes no gramado do Congresso Nacional para lembrar vítimas de barragem da Vale - Divulgação

Um conjunto de 272 cruzes dispostas no gramado do Congresso Nacional está chamando a atenção de quem transita pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), nesta quinta-feira (25). A cena evoca os cinco anos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG) que matou 270 pessoas, sendo duas delas gestantes. Organizado pelo deputado federal Pedro Aihara (Patriota-MG), que atuou nos resgates como porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o ato simbólico pede justiça para o caso.

Segundo nota divulgada pelo parlamentar, o objetivo é também “reforçar a necessidade de medidas preventivas e honrar a memória das vítimas”. Por essa razão, cada uma das cruzes traz o nome de uma das pessoas mortas na tragédia. Aihara é vice-presidente da Frente Parlamentar de Prevenção de Desastres na Câmara dos Deputados e relator temático do caso de Brumadinho na Comissão Externa de Rompimentos de Barragens e Repactuação.

O caso de Brumadinho se tornou um acontecimento emblemático na agenda de lutas de movimentos populares críticos às grandes mineradoras e seus empreendimentos. De lá para cá, diferentes protestos ganharam as ruas não só em Minas Gerais, mas também em outros pontos do país, como forma lutar por justiça e engrossar o coro contra a falta de uma fiscalização efetiva do Estado brasileiro diante de barragens de minérios e seus riscos para diferentes populações.  

No caso específico de Brumadinho, em novembro de 2021, a Vale e a multinacional alemã TUV SUD, responsável por um laudo que havia garantido a estabilidade da barragem, chegaram a ser indiciadas pela Polícia Federal. Outras 19 pessoas envolvidas no caso também foram inclusas no rol, mas, passados cinco anos do rompimento da barragem, nenhum dos réus denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) foi julgado ou responsabilizado pelo crime.

 

 

Edição: Rodrigo Chagas