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Início Política

Resistência e luta

Educação antirracista é caminho para romper com histórico de exclusão na Estrutural

Aos 20 anos, região administrativa mais negra do DF mantém luta por direitos

29.jan.2024 às 15h32
Brasília (DF)
Valmir Araújo

Alunos da Escola Classe 1 da Estrutural desenvolvem trabalho antirracista - Arquivo Pessoal

A professora Fátima Correia Lopes é uma mulher negra, professora da rede pública do Distrito Federal há cinco anos e nesse período sempre procurou trabalhar no território que mora desde 2003 – a Estrutural, que é a região administrativa mais negra do DF e que neste sábado (27) completa 20 anos. “Eu acredito que o educador tem que vir do seu próprio território”, justifica Fátima, que atua na Escola Classe 1 da Estrutural e desenvolve um trabalho de educação antirracista, a partir do livro Quarto de Despejo de Carolina Maria de Jesus.

“Na educação antirracista trabalho a identidade, autocuidado, autoestima e representatividade da criança preta”, observa a professora, que também é mãe de dois filhos e contou que durante a infância deles, ela sentiu falta de um trabalho de representatividade da pessoa preta. “A Estrutural é a cidade mais preta do DF e eu senti a necessidade de estar trabalhando a questão do racismo o ano todo”, aponta Fátima, destacando o projeto antirracista do qual faz parte. 

O projeto consistiu na leitura do livro, roda de conversas com autores negros, oficina de turbante, roda de capoeira e também na escrita de um diário dos alunos, que no final do ano se transformou em um pequeno livro com desenhos e poesias dos alunos. “A escritora que fomentou nosso projeto foi a escritora Carolina de Jesus, que era uma mulher preta, mãe solo e catadora e eu achei que ela dialogava muito com a história das mães da Estrutural, que são mães dos alunos”, explica a professora.

Fátima Lopes lembra que a história de superação da escritora Carolina de Jesus, por meio de escrita é por si estimulante e seus alunos ficaram “encantados” com a história de vida dessa mulher preta. “Eu procuro inserir essa educação antirracista, trabalhando a autoestima deles, o auto cuidado, o cuidado com o outro. Então pudemos trazer a história do nosso povo preto o ano inteiro”, conclui. 


Professora Fátima Lopes trabalha o livro de Carolina de Jesus em sala / Arquivo Pessoal

20 anos de Estrutural

No dia 27 de janeiro de 2004 foi criado o Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) que foi transformado na XXV Região Administrativa do Distrito Federal e a Vila Estrutural como sua sede urbana. Atualmente a região conta com mais de 35 mil habitantes e uma população estimada em 35.801 habitantes, dos quais 75% são negros, conforme o Mapa das Desigualdades divulgado no ano passado. 

Cerca de 15 km separam a Estrutural do Eixo Monumental, onde ficam as sedes dos do Brasil e do Distrito Federal, o que faz dessa região administrativa uma das mais próximas ao centro, graças à resistência de seus primeiros moradores. Brasília é uma das cidades mais segregadas do mundo, com a população negra morando majoritariamente longe do centro, mas a história da formação da Estrutural explica, em partes, o porquê de um território negro nessa localidade.

:: Diante da invisibilização, a resistência: Estrutural completa 20 anos de enfrentamento a desafio habitacional ::

A formação da Estrutural tem sua origem a partir da instalação de catadores de lixo próximo ao Lixão da Estrutural, que existiu até 2018. Essas pessoas eram atraídas para esse território em busca da sobrevivência e ali começaram a construir seus “barracos” para moradia. Na década de 1980 foi aberta a rodovia DF-095, para ligar o Eixo Monumental a Taguatinga e a BR-070, o que contribuiu com o crescimento da então Vila Estrutural. Na década de 1980 foram feitas tentativas de remoção, que não tiveram sucesso graças a resistência dos moradores.

Para o pesquisador Guilherme Lemos a capital brasileira é mais segregada que Joanesburgo – maior cidade da África do Sul, que também foi planejada com a ideia semelhante de cidades satélites distantes do centro, para pessoas pobres e negras morarem. “A Estrutural é fruto de um novo processo de ocupação, de pessoas sem moradia e no geral essas pessoas são pretas ou pardas”, afirmao professor, destacando a resistência que simboliza a existência da Estrutural em um local que não foi planejado para pessoas negras morarem.

:: Aos 63 anos, Brasília é a cidade mais segregada do mundo, aponta pesquisador ::

Racismo estrutural e ambiental

Para a assessora técnica do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Dyarley Viana, a Estrutural é uma resposta ao não planejamento dentro de uma cidade ‘planejada’ como Brasília, que não considerou o que fazer com as comunidades periféricas e o que se fazer com o lixo. “Esse é um tipo de pensamento muito racista. Do ponto de vista de gentrificação, de quem são as pessoas que vão morar nessa cidade planejada por JK, quem é que vai ocupar as margens dessa cidade e qual é a cor dessas pessoas”, questiona. 

De acordo com Dyarley, que é a ex-catadora de materiais recicláveis, esse pensamento de que no Plano Piloto não haveria lixões e que se jogaria esse lixo mais distante, próximo de onde viveriam as pessoas negras e pobres faz parte de uma concepção de racismo ambiental – termo que vem sendo usado desde a década de 1970 nas discussões sobre a distribuição injusta dos recursos e riscos ambientais nos diferentes grupos étnico-raciais e suas consequências. 

“É importante a gente pensar quem eram as pessoas que começaram a ocupar o que hoje é a Estrutural: pessoas majoritariamente negras, vinda do Nordeste, em busca de trabalho e encontram na catação uma forma de sobrevivência”, explica a assessora do Inesc, acrescentando que pessoas de outros grupos, com outras atividades que já estavam na luta pela moradia também se aproximam desses primeiros moradores e contribuem com a resistência que culminou na criação da cidade. 

O racismo estrutural na Região Administrativa da Estrutural se faz presente sobretudo pelo acesso aos serviços públicos, como transporte, educação, saúde e lazer. “A Estrutural está há 15 minutos do Plano, mas é uma das cidades com a menor renda per capita e sofre muito com o estigma da violência e falta de serviços públicos”, analisa Dyarley, que é mulher negra e militante do movimento negro no DF.

O Brasil de Fato DF entrou em contato com a Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e de Igualdade Racial, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Justiça e Cidadania no DF, para saber quais políticas antirracistas o GDF vem desenvolvendo, mas até o fechamento desta matéria a pasta não havia respondido.

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Editado por: Flavia Quirino
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