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Descaso

‘Tapa na cara’: atingidos por crime da Vale em Brumadinho denunciam propaganda falsa da empresa

Publicidade mostra mineradora empenhada com reparação, mas vítimas ainda aguardam indenizações e natureza segue poluída

22.fev.2024 às 14h42
Belo Horizonte (MG)
Ana Carolina Vasconcelos

Rio Paraopeba, onde grande parte da lama decorrente do rompimento da barragem da Vale desceu - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Cinco anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, município de Minas Gerais, atingidos denunciam que, além de lidar com a perda de entes queridos e com os impactos socioambientais, precisam conviver com propagandas da mineradora que não condizem com a realidade. 

Eles criticam como as peças publicitárias simulam a existência de comprometimento da empresa com a reparação. Em seu site, por exemplo, a Vale afirma que está "disponibilizando todos os recursos necessários para reparar os impactos causados". Porém, segundo os moradores da região, pouco foi feito pela empresa. 

"Quando a gente vê aquelas propagandas bem coloridas, parece um mundo bonito, né? Mas, para nós, que estamos aqui, não tem nada disso. O que a gente vê aqui é poeira quando o clima está seco, lama quando chove, congestionamento de caminhões e crateras", conta João Carlos Neto, morador da comunidade Parque da Cachoeira, que fica a pouco mais de 100 metros do local por onde passaram os rejeitos. 

Nem tudo é colorido 

A comunidade onde João Carlos Neto vive foi uma das mais atingidas pelo rompimento e teve sua parte mais baixa soterrada pela lama. Segundo cálculos os moradores na época, 25 casas foram totalmente destruídas e outras dezenas parcialmente impactadas. 

O atingido, que também é secretário da Associação de Moradores do Parque da Cachoeira, relata que sua sogra perdeu 80% do imóvel onde morava. Segundo ele, meia década após o crime, ao assistir as propagandas divulgadas pela Vale, é como se levasse "um tapa na cara". 

"Existe uma estrutura deficitária de água, saneamento e calçamento. São várias promessas de resolução, mas já se passaram cinco anos. No começo, inauguraram um posto de saúde na comunidade, foi isso e só.”, complementa. 

Atingidos sem indenização

Em novembro do ano passado, a Vale publicou a revista "Dia a dia da reparação", cujo subtítulo é "reparar todos os dias e construir o futuro juntos". No material, a mineradora afirma que tem como prioridade a indenização das pessoas atingidas de alguma forma. 


Revista “Dia a dia da reparação” / Reprodução/Vale

Porém, a atingida Mirian Suzane Papp, do bairro Citrolândia, localizado na parte do município de Betim, destaca que, na realidade, muitas pessoas não foram reconhecidas como atingidas e até hoje não receberam a indenização. Além disso, ela avalia que o valor oferecido pela Vale é pequeno, ao se considerar o tamanho das perdas. 

"As indenizações extrajudiciais são feitas debaixo dos panos e a oferta que a Vale faz parece até uma esmola. O rio e o solo continuam poluídos. As pessoas perderam sua renda, e eu sou uma delas. Continuamos sem receber quase nada", relata Papp. 

"Enquanto isso, a Vale lá mostrando o quanto ela é 'caridosa' e 'bondosa' com os atingidos. É propaganda enganosa, isso não existe. Pouquíssimas pessoas foram indenizadas. Quem assiste às propagandas da Vale acha que está tudo bem. Mas, mudou pouca coisa", complementa. 

Decisões arbitrárias

Em artigo, publicado no Brasil de Fato MG, a advogada Luana de Amorim e Silva Alves denunciou que a mineradora é arbitrária com os atingidos e dificulta que parte deles tenha acesso aos seus direitos. 

"Desde o indeferimento de gratuidade de justiça por motivos inexplicáveis, se comparados a quaisquer outras demandas judiciais (o que obriga os atingidos a pagarem taxas altíssimas ao Poder Judiciário ou desistir de seus direitos), até sentenças que extinguem o processo por motivos fúteis como falta de comprovante de endereço em nome próprio", comenta a jurista. 

Um estudo, publicado pelo Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), em janeiro deste ano, avaliou 319 processos julgados entre janeiro de 2019 e março de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) e observou que 75% das decisões foram desfavoráveis aos atingidos. 

Rio continua contaminado

Outra denúncia de propagandas falsas feitas pela mineradora é em relação à recuperação do meio ambiente. Informações da própria Vale indicam que 9,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram vazados e 132 hectares da Mata Atlântica impactados.

O atingido Kelson dos Santos Rodrigues diz que as peças publicitárias da empresa, divulgadas nas redes sociais, fazem parecer que existe um cuidado em recuperar o que foi devastado pela lama. Para ele, não é verdade.

"A Vale coloca suas divulgações nos jornais, no site e no Facebook, dizendo que está reparando os danos e que está fazendo benfeitorias ao meio ambiente. Mas, na verdade, a empresa não está fazendo nada. Como moradores, ficamos prejudicados com essas divulgações. Os órgãos competentes precisam ir a campo ver a situação das comunidades", diz Rodrigues. 

Uma análise do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), publicada em outubro de 2023, indica que, dos 17 pontos monitorados no Rio Paraopeba, 12 estão contaminados. O Igam ainda apurou que, mesmo cinco anos após o rompimento, o rio apresenta altos índices de alumínio, manganês e ferro. 

Outro lado

O Brasil de Fato MG procurou a Vale para comentar as denúncias e a mineradora respondeu, em nota, que "segue comprometida com a reparação de Brumadinho, priorizando as pessoas, as comunidades impactadas e o meio ambiente" e que "mais de 15,4 mil pessoas fizeram acordos de indenização cíveis e trabalhistas". 

A reportagem também perguntou à empresa quanto foi gasto com publicidade no último ano e pediu para que comentasse as afirmações de que as propagandas seriam falsas. A Vale não respondeu sobre esses assuntos.

Editado por: Larissa Costa
Tags: brumadinhodireito à terra
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