Massacre em Gaza

Grupo guerrilheiro ELN pede que Colômbia rompa relações com Israel

Grupo denunciou 'aniquilação da Palestina'; além disso, guerrilha disse que diálogos de paz serão retomados em abril

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
As negociações com o governo da Colômbia estavam congeladas desde o dia 20 de fevereiro
As negociações com o governo da Colômbia estavam congeladas desde o dia 20 de fevereiro - Foto: ELN-Paz

O Exército de Libertação Nacional (ELN) emitiu uma nota na segunda-feira (26) apoiando as falas do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, após o mandatário classificar de “genocídio” as ações de Israel na Faixa de Gaza. Segundo o grupo armado colombiano, o governo deveria romper as relações diplomáticas com Tel Aviv.

Em suas redes sociais, Petro expressou "solidariedade integral" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O brasileiro comparou o massacre promovido pelas forças militares de Israel contra os palestinos ao genocídio promovido por Adolf Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial. Petro também disse que o que ocorre em Gaza neste momento é um genocídio, com as mortes de crianças, mulheres e idosos civis.

No documento do ELN, o grupo afirma que Israel promove desde 1948 “política de aniquilação da Palestina” com o apoio dos Estados Unidos e da Europa. O grupo apoiou a postura do governo da Colômbia, mas disse que as relações com Israel “já deveriam ter sido encerradas”. 

“Romper com um Estado genocida é um dever elementar e é por isso que há países que já o fizeram; da mesma forma que os acordos de cooperação devem ser rompidos imediatamente em todas as áreas; em absolutamente todas as áreas, inclusive nos campos militar e comercial, para tentar isolar e sancionar moralmente essa política, como já está sendo proposto em muitas partes do mundo”, diz o documento.

O grupo lembra também das acusações que foram feitas pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), afirmando que as ações de Israel são “mais extremas” que o apartheid. O ELN também pediu a prisão do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e comparou as ações do Estado de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto.

“Paradoxalmente, há apenas 80 anos, era assim que os nazistas se consideravam: superiores, razão pela qual buscaram exterminar os judeus e outras pessoas que consideravam como lixo”, afirma o texto.

Ao final do documento, o ELN disse que, se a Colômbia não romper relações com Israel, o discurso do governo de “dignidade humana” será só uma “retórica”.

Retomada das negociações

A delegação do ELN nos diálogos de paz também anunciou que vai retomar os diálogos com o governo a partir de 8 de abril. As negociações com o governo da Colômbia estavam congeladas desde o dia 20 de fevereiro. O grupo afirmava que o processo estava em “crise aberta” e chegou a convocar sua delegação para consultas. 

Em nota, o ELN afirmou que vai continuar com o que foi acordado no último ciclo de debates em Cuba e que vai preparar para o próximo ciclo de debates que será em abril, na Venezuela. Ainda assim, a delegação manteve a convocação para as consultas internas no grupo.

Edição: Lucas Estanislau