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Início Opinião

60 anos do golpe

Borrachas no passado, para tocar em frente, nunca mais!

Há passados ultrapassados, mas nem todos. E até estes hão de ser escrutinados

01.abr.2024 às 17h32
Passo Fundo (RS)
Paulo César Carbonari
'Caminhada do Silêncio', em São Paulo, realizada neste domingo (31), lembrou golpe militar e fez homenagem às vítimas da ditadura.

'Caminhada do Silêncio', em São Paulo, realizada neste domingo (31), lembrou golpe militar e fez homenagem às vítimas da ditadura. - Elineudo Meira / @fotografia.75

É preciso “passar a borracha no passado” e anistiar em nome da “pacificação”. Nada de ficar “remoendo”, é preciso “tocar pra frente”. Falas de dois personagens, que ainda que sejam antagonistas na política nos últimos anos, neste tema, que não é de menor importância, parecem convergir e concordar. Chocante que Lula tenha dito o que disse, ainda que seja esperado de Bolsonaro o que falou. Mesmo assim, igualmente inaceitável. 

Não haverá paz, nem nos cemitérios, enquanto não houver justiça. Os crimes contra a humanidade, contra a democracia, as violações dos direitos humanos, precisam fazer “viver sobressaltado”, sem o que, tudo o que se propuser como saneador e restaurativo, pode não ser efetivo. 

O sofrimento das vítimas não ficou no passado. Ele continua e pode significar revitimização e até produzir novas vítimas – seja por desqualificar aquelas do passado e as que poderão vir das repetições dele – se não for adequadamente enfrentado. A cura não passa pelo esquecimento da dor, mas sim por sua integração como parte das aprendizagens a levar para a vida, não somente como uma experiência pessoal, mas também como uma experiência coletiva. Aprender é parte do não “empobrecer” a experiência. 

História não é sinônimo de um passado congelado, ao qual se poderia retornar ou que nada tem a informar o presente e nem mesmo para orientar o futuro… até porque, em muitos aspectos, espera-se que o futuro “seja ancestral” (não arcaico e no sentido do tradicionalismo), e, em outros, que não repita o passado. Há passados ultrapassados, mas nem todos! E até estes hão de ser escrutinados. Fazer história é fazer memória, com verdade e justiça, com força crítica e criadora. Sem que estejam combinadas, podem abrigar e sugerir reproduzir “monstros”, aqueles típicos de fatalismos ou reacionarismos. 

“Tocar pra frente” sem ficar remoendo o passado? Seria até possível se o tempo e a história pudessem ser entendidos como uma linha reta – uma seta irreversível – que progride sempre e só para o melhor, contendo a “decadência”… Nada mais falso… a história e o tempo se fazem combinando os mais diversos movimentos e sentidos, diversas temporalidades, em fluxos turbulentos e politemporais. Abrigar-se numa ideia assim de progresso é legitimar os “escombros”, ainda que se olhe para eles “angelicalmente” assustados. [Walter] Benjamin já sugeria que, em lugar de acelerar, talvez seja tempo de frear a “locomotiva”, não só por razões ambientais e climáticas, mas também por elas.

Aprender e dizer todo dia, de novo, cada vez com mais força, “nunca mais”, é fundamental para que a caminhada da humanidade seja de humanização, sempre alerta e fazendo a denúncia de todas as formas de sua destruição, por menores que sejam, sabendo que “não queremos mal a quase ninguém” e que há o que simplesmente “não queremos mais”.

A transição – travessia, que tem muitas margens, nem sempre totalmente seguras – para uma realidade reconciliada – desejável, ainda que difícil – cobra que se identifiquem as “maldades”, que aqueles que as tiverem praticado as reconheçam e estejam dispostos a se emendarem, que aqueles/as que as sofreram acreditem que seus perpetradores foram responsabilizados com justiça e com verdade, de modo que canais e caminhos sejam abertos para novas realidades. 

Não se trata de anistiar e nem mesmo de “passar borracha”. Também não se trata de pedir às vítimas que se calem ou que parem de “remoer”, pois, se o fizerem, “as pedras falarão”. A justiça se pode exercer das mais diversas formas: retributiva, distributiva, transitiva, reparadora… e não se trata de escolher uma, mas de combinar aquelas que melhor forem capazes de “fazer justiça” às vítimas. Justiça que serve à opressão, de qualquer tipo, não é justiça…

* Paulo César Carbonari é doutor em filosofia (Unisinos), membro da coordenação nacional do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH Brasil). Contato [email protected]

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

 

Editado por: Vivian Virissimo
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