95 ANOS

Com quase um século de existência, Mercado Central de BH reúne a diversidade da culinária mineira

Mais que um lugar de comercialização de produtos, o 'mercadão' é ponto de encontro dos mineiros

Brasil de Fato | Belo Horizonte (MG) |
Foto - - Guilherme Dardanhan

Por reunir em um único lugar as principais características da culinária de Minas Gerais, o Mercado Central de Belo Horizonte é considerado um dos principais pontos turísticos e de lazer da capital mineira. Fundado quando BH tinha apenas três décadas de existência, em setembro o mercado completa 95 anos. 

Ao todo, são mais de 400 lojas, que comercializam ervas, raízes, frutas, doces, temperos, carnes, laticínios, sementes, farinhas e massas, além dos tradicionais cafés, cachaças e queijos mineiros. No espaço, também existem restaurantes, lanchonetes, pastelarias, bares, lojas de artesanato, floriculturas e muito mais. 

Para o vendedor Júlio César Cruz, essa diversidade ainda possibilita algo além de saciar a fome e experimentar novos sabores: o diálogo e a troca. 

"Vêm fregueses aqui no balcão que nós nunca vimos. Daí, dois anos depois, a pessoa volta agradecendo, te procura de novo. É essa simpatia que o mercado tem, as mercadorias bonitas, doces de tudo quanto é canto, queijos etc. Você chega contando um caso ali, ouvindo um outro aqui e acaba conversando muito. Sempre começa com 'ah, o mercado é muito bacana' e, no gancho, você vai levando", comentou.

Localizado no coração do Centro de Belo Horizonte, na avenida Augusto de Lima, o Mercado Central de BH possui 25,4 mil metros quadrados de área construída e recebe aproximadamente 1,3 milhão de visitantes por mês e mais de 30 mil por dia. 

Culinária mineira

Entre os produtos mais procurados pelos visitantes do mercado, os comerciantes não hesitam em afirmar que são os tradicionais e produzidos em Minas. 

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"Queijo Canastra, São Roque e Araxá, que são os famosos do mercado. O pessoal também procura muito o requeijão, os doces de leite e a goiabada", relata o vendedor Michael Ferreira Gonçalves, de 24 anos. 

Rodrigo Emiliano de Paulo conta que no bar onde ele trabalha, a preferência dos clientes é pelo fígado com jiló. 

"Muita gente vem de longe para provar os pratos típicos de Minas Gerais, que estão todos no Mercado Central, principalmente o fígado com jiló. Os visitantes também vêm provar o torresmo de barriga e as castanhas. Tem muita variedade gastronômica aqui", relata.

Gente de todo canto e produto para todo gosto

Maria Senhora Prates, conhecida como Pretinha, trabalha com a venda de hortaliças há mais de 40 anos. Para ela, o mais interessante do mercado é o público diverso que frequenta o local. 

"O bom daqui é que aqui dá todos os tipos de nações e de gente. Aqui nós somos tudo. Entra todo mundo, todas as raças e todos os povos", avalia. 

Já Rosângela da Cunha conta que frequenta o espaço desde a infância, quando acompanhava a mãe nas compras. Para ela, as características mais marcantes e especiais são os cheiros, texturas e a variedade de produtos.

"A diversidade de produtos, pedras, bijuterias, que também são uma coisa muito mineira. A culinária e os bares também, que têm sempre uma cervejinha gelada e tira-gostos muito bacanas", avalia.

Em visita ao Mercado Central pela primeira vez, as intercambistas Tatiane e Ágata, da Argentina e Suíça, respectivamente, também observaram que os preços das mercadorias são acessíveis, e destacam a beleza do espaço. 

"Além da variedade, os preços são menores e lembra muito o mercado que tem na minha província, mas aqui é maior. Aqui também tem muitas cores. O que eu mais gostei são os tecidos, que são muito bonitos", conta Tatiane.

"É muito interessante e diferente da Suíça. Eu estudo antropologia e aqui é muito interessante para conhecer a diversidade e conversar com as pessoas de Belo Horizonte. É muito impressionante ver algumas coisas e acho que aqui é precioso e representa tradição", complementa Ágata.


 

Fonte: BdF Minas Gerais

Edição: Leonardo Fernandes