Morreu nesta quinta-feira (6) o ex-diretor da Fundação Perseu Abramo e dirigente da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Flávio Jorge, reconhecido como liderança histórica do movimento negro no Brasil.
Flavinho, como era conhecido, nasceu em Paraguaçu Paulista, interior de São Paulo. Após se mudar para a capital do estado, iniciou a militância política e antirracista no movimento estudantil na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Em sua trajetória, Flávio Jorge foi preso durante a ditadura militar. Mais tarde, participou da fundação do PT e foi um dos principais articuladores para a criação da Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em nível ministerial, durante a primeira passagem de Luiz Inácio Lula da Silva pela presidência.
Em entrevista ao Brasil de Fato em 2017 ele alertava que o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), consumado no ano anterior, era "dirigido por elites" que "sempre elogiaram a colonização".
"São elites que não aceitam um projeto de desenvolvimento com inclusão social e distribuição de terra, renda e riqueza, com menos racismo, desigualdade, miséria, pobreza e fome", afirmou na ocasião.
Em nota oficial, o presidente Lula lamentou a morte, afirmando que Flávio Jorge foi "foi um dos grandes responsáveis pela primeira mulher negra se tornar ministra com a criação da Secretaria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, caminhos abertos para a criação do Ministério da Igualdade Racial de hoje".
A morte foi confirmada pelo Instituto Lula, do qual foi conselheiro. Pelas redes sociais, o perfil do Instituto destacou a importância de Flávio Jorge como liderança do movimento negro no país.
Recebemos com muita tristeza a notícia da partida do companheiro Flávio Jorge.
— Instituto Lula (@inst_lula) June 6, 2024
Membro do conselho do Instituto Lula e da Iniciativa África, Flávio Jorge foi uma das mais importantes lideranças do movimento negro brasileiro.
Seu legado sempre nos guiará. Flávio Jorge,presente! pic.twitter.com/WVPBUm8XSg
Texto editado às 15h50 de 6 de junho de 2024 para inclusão da manifestação do presidente Lula
Edição: Rodrigo Chagas