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Cidade do Aço

Como a eleição de Donald Trump vai impactar o setor siderúrgico no Brasil

O impacto socioeconômico em Volta Redonda e no estado do Rio poderá desencadear ciclo de demissões e empobrecimento

21.nov.2024 às 18h02
Atualizado em 22.nov.2024 às 18h02
Rio de Janeiro (RJ)
Rodrigo Beltrao

A eleição de Trump, ao mesmo tempo em que exacerba a crise global, torna evidente a urgência de romper com a lógica predatória do Norte Global - Isac Nóbrega/PR

A eleição de Donald Trump nos Estados Unidos (EUA), com seu projeto de alta taxação de todas as importações estadunidenses, representa um enorme desafio para a economia brasileira, especialmente para o setor siderúrgico. Volta Redonda, conhecida como “Cidade do Aço”, está intrinsecamente ligada à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), uma das maiores exportadoras siderúrgicas brasileiras. Entretanto, a política de taxação proposta por Trump, que visa encarecer produtos estrangeiros em prol de uma pretensa revitalização da indústria nacional americana, pode ser um golpe severo ao reduzir drasticamente a competitividade desses produtos nos EUA.

A CSN, que direciona boa parte de suas exportações para o mercado estadunidense, terá de lidar com um aumento nos custos de entrada, reduzindo sua competitividade e possivelmente levando a uma queda nas exportações. Para Volta Redonda e o estado do Rio, o impacto socioeconômico potencial é grave, podendo desencadear um ciclo de demissões e empobrecimento sem precedentes. Em uma cidade onde a siderurgia moldou a economia e um estado dependente de commodities, essa possibilidade levanta preocupações profundas para trabalhadores e pequenos negócios locais.

Contudo, ao mesmo tempo em que essa ameaça econômica se coloca, também emerge uma oportunidade: a possibilidade de construir uma nova estrutura global, que favoreça a justiça social e a sustentabilidade ambiental, rompendo com o modelo de desenvolvimento predatório e explorador. A proposta protecionista de Trump, embora seja um reflexo da decadência do império estadunidense, também expõe a chance de o Brasil, junto aos Brics, ampliar suas parcerias com países emergentes, oferecendo alternativas que rompam a dependência do dólar e valorizem o comércio entre nações do Sul Global.

No entanto, a transição para essa autonomia comercial e financeira só terá efeito positivo se for acompanhada por uma mudança de prática: o abandono do modelo consumista e colonial de exploração econômica. Com uma perspectiva decolonial e socioambiental, podemos questionar o papel que Volta Redonda ocupa nesse modelo que, historicamente, priorizou o lucro e o desenvolvimento a qualquer custo, ignorando as consequências para o meio ambiente e para as populações locais.

O Brasil enfrenta a crise climática em um contexto de devastação ambiental, impulsionada por desmatamento, poluição industrial e pela lógica do lucro imediato. Volta Redonda, onde o aço é produzido com custos ambientais significativos, é um exemplo de como a industrialização predatória é prejudicial à qualidade de vida e à saúde pública. A dependência desse modelo de desenvolvimento, baseado na degradação dos recursos naturais, tem resultado em poluição atmosférica severa, colocando a população em risco e comprometendo o futuro da cidade.

Para que Volta Redonda e o Rio de Janeiro superem o impacto imediato das políticas de Trump, será necessário buscar alternativas de exportação por meio de parcerias com os Brics, especialmente China e Índia, e alavancar novos mercados consumidores. A integração crescente entre esses países não apenas fortalece um mercado alternativo ao dos Estados Unidos, como também promove a desdolarização, um movimento que está transformando o cenário geopolítico. Esse processo, se bem articulado, pode abrir caminho para um modelo econômico que privilegie o bem-estar social e a sustentabilidade, alinhando-se aos compromissos globais de justiça climática.

Essa reorganização das estruturas econômicas e comerciais precisa, necessariamente, ser acompanhada pela luta contra o desmatamento e pela redução da poluição industrial. A transição para uma economia sustentável passa por valorizar um modelo que respeite o meio ambiente e promova uma verdadeira prosperidade comum. A eleição de Trump, ao mesmo tempo em que exacerba a crise global, torna evidente a urgência de romper com a lógica predatória do Norte Global e construir alternativas econômicas e ecológicas que garantam a soberania dos povos e o futuro do planeta.

O Brasil tem, ao lado dos BRICS, a oportunidade de liderar uma nova configuração global, onde o desenvolvimento não seja sinônimo de exploração e degradação. A história de Volta Redonda, cidade marcada pela luta operária e pela resiliência, pode inspirar essa transição, tornando-se um exemplo de como a indústria siderúrgica e a economia nacional podem alinhar-se com os valores de justiça social, preservação ambiental e democracia.

Neste momento decisivo, a construção de uma economia mais justa e sustentável não é apenas uma resposta ao protecionismo de Trump, mas uma chance de moldar um Brasil e um mundo que priorizem o bem-estar social, a democracia e a soberania ambiental. Volta Redonda e a CSN, mais do que nunca, têm a oportunidade de liderar essa mudança, transformando-se em símbolos de uma nova era de prosperidade comum, longe das amarras de uma ordem econômica decadente.

* Rodrigo Beltrão é advogado ambientalista, fundador do Democracia Verde, presidente da OAB Jovem/VR, vice-presidente do Conselho Municipal de Juventude de VR.

** Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Vivian Virissimo
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