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EDITORIAL

Precisamos olhar para o Sahel e a segunda independência africana

Levantes no Níger, Burkina Faso e Mali são fundamentais para entender a correlação de forças da geopolítica mundial

28.nov.2024 às 15h31
Atualizado em 29.nov.2024 às 15h31
Niamei (Níger)
Pedro Stropasolas

Processos revolucionários na região do Sahel são esperança para o enfrentamento global ao imperialismo atualmente - Pedro Stropasolas

"Uma revolução patriótica, uma luta por uma segunda independência". É assim que Mamane Sani Adamou, da Organização Revolucionária para a Nova Democracia ORDN (Tarmouwa), define o que Níger vive hoje desde o histórico 26 de julho de 2023, dia em que uma junta militar depôs o então presidente Mohamed Bazoum com amplo apoio popular e com ideais que relembraram líderes históricos pan-africanistas, como o burquinense Thomas Sankara. 

Desde a independência dos países da África do Oeste, em 1960, não houve outro movimento tão efetivo e corajoso de ruptura e enfrentamento às estruturas coloniais e imperialistas de poder, representadas na região pela França, como o que vemos hoje nos países do Sahel. É, de fato, um momento histórico. Mas pouco noticiado. 

Essa constatação o Brasil de Fato pode ver de perto, ao ser convidado para cobrir a cobertura a Conferência Internacional de Solidariedade Anti-Imperialista com os Povos do Sahel, em Niamei, entre os dias 19 e 21 de novembro, a convite da Assembleia Internacional dos Povos (AIP). 

A reunião de líderes políticos de mais de 30 países foi organizada por duas grandes forças do movimento pan-africanista: a Organização dos Países da África do Oeste (OPAO) e a Pan Africanism Today. 

Os objetivos, segundo Philippe Noudjènoumè, presidente da OPAO, foram amplamente conquistados. Em entrevista exclusiva que trouxemos por aqui, ele confirmou o que levou a organização a construir o evento. Um deles nos chama mais atenção.

“O objetivo inicial era que o mundo conhecesse a experiência da AES (Aliança dos Estados do Sahel), todos os povos do mundo, especialmente os latino-americanos, que não conhecem”. 

Noudjènoumè não deixa de ter razão. O que chega por aqui é pouco, e muitas vezes camuflado pelas agências de notícias europeias, notadamente veículos pró-França, que tentam classificar os processos revolucionários na região como golpes militares comuns, autoritários e sem apoio popular, o que não é o caso.

Nos meses que sucederam a intervenção militar em 26 de julho, o povo do Níger tomou as ruas de Niamei até que o último dos 1500 militares franceses deixasse o país.

Visitamos a casa de Aisha Yahya Maiga, uma senhora de 60 anos que ganhou o nome de “Mama Resistance”, por diariamente percorrer a Place de La Patrie e a Place de la Resistance alimentando os jovens que dormiam nas avenidas até que a França concordasse em se retirar do país – o que aconteceria somente cinco meses após o golpe. 

A França fez de tudo para não se retirar. Até ameaçou invadir o Níger por meio de seus países aliados da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), como a Nigéria, o que não surtiu efeito. A própria União Africana foi contra a invasão.

Em seguida, vieram as sanções da Cedeao, o fechamento de fronteiras, e a tentativa desumana de sufocar o acesso da população nigerina a medicamentos e alimentos. Nada disso foi capaz de conter o ímpeto anti-francês instaurado no Sahel. 

A explicação para suportar tantos ataques e dificuldades é a esperança de que o futuro não poderia ser pior do que já era vivenciado. No caso do Níger, vimos uma consciência clara da população de que as relações com a França eram absolutamente injustas. Não havia acesso a direitos básicos e o suposto combate aos grupos terroristas, justificativa usada pelos franceses para ocuparem militarmente a região, era falha e ineficiente.

As casas, majoritariamente construídas de barro, se desmanchavam com as chuvas, nos contaram os agricultores. A energia elétrica abastecia apenas cerca de 90% da população até 2020. Isso foi confirmado pelo antigo ministro nigerino da Energia, que foi secretário-geral da Organização dos Produtores Africanos de Petróleo (APPO), Mahaman Laouan Gaya.

Essas condições de vida desumanas, que fazem do Níger o terceiro país mais pobre em todo o planeta, foram ao longo das décadas ignoradas pela França, e sobretudo, catalisadas pelo país europeu ao sequestrar os recursos naturais de suas antigas colônias e impor seu controle monetário através do franco da África Central (CFA).

Conhecendo os pilares de formação da Aliança dos Estados do Sahel (AES), pudemos constatar que Níger, Burkina Faso e Mali reivindicam nada mais que a soberania política e econômica, além da posse de suas riquezas.

Há medidas que incluem planos soberanos, como a constituição de uma moeda independente, a derrubada da estrutura do FMI e do Banco Mundial, e a rescisão de acordos neocoloniais com a França, como os que permitem a exploração do Urânio na região de Arlit, no norte do Níger. 

Faço uma pausa nesse texto para recomendar três ótimas leituras sobre a realidade histórica dos países do Sahel que se levantaram contra a França nos últimos anos veiculadas aqui no Brasil de Fato. São textos publicados por Vijay Prashad, historiador e jornalista indiano, diretor-geral do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social. Aqui estão eles: O povo de Níger e a vontade de dar um fim à submissão; A energia das ruas de Mali não se dissipou e os golpistas sabem disso; Quando as estrelas brilharão novamente em Burkina Faso?

O que realmente é notado ao pisar em Niamei é como os governos do Níger, Burkina Faso e Mali, atualmente desfrutam de amplo apoio de seus cidadãos, que impulsionam e se unem em torno dessas ações revolucionárias. 

Demonstrar solidariedade e apoio ao processo revolucionário em curso no Sahel, no norte da África, tem sido uma tarefa urgente para as forças progressistas na África, mesmo aquelas que não simpatizam e não têm os militares à frente dos processos patrióticos, como é o caso do Senegal. 

Por lá, mostramos como o partido do primeiro-ministro Ousmane Sonko e do presidente Bassirou Diomaye Faye, o Pastef, conquistou uma maioria esmagadora de assentos na Assembleia Legislativa, e caminha para por em marcha as primeiras grandes reformas do programa de “ruptura” e anticoloniais que levou Faye à presidência, há oito meses. 

O Sahel não deixa de ter influência neste movimento pan africanista moderno. “Todos os países africanos de hoje, especialmente os países da África Ocidental, estão todos olhando na mesma direção que o povo do Sahel”, nos contou o beninense Philippe Noudjènoumè 

Assim como os líderes da Conferência Solidariedade Anti-Imperialista com os Povos do Sahel, que redigiram a Declaração de Niamei, a esperança é que esses governos continuem “a ouvir seu povo” e cumpra seus objetivos de libertação nacional no caminho de África unificada e livre. Da nossa parte, continuaremos noticiando essas transformações como elas merecem ser noticiadas: com a nossa visão popular.

Editado por: Felipe Mendes
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