O transporte público do estado do Rio de Janeiro é um dos mais caros do país. É o que aponta um relatório recente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Esse relatório mostra que os reajustes tarifários do metrô no Rio incluíram incorretamente os picos do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), distorcidos pela pandemia de covid-19.
Na prática, isso fez com que a tarifa que deveria custar R$ 5,80, custe atualmente R$ 7,50. E o mais impressionante: esse relatório foi produzido pelo órgão máximo de controle do Estado, e nada acontece para que isso seja alterado.
A tarifa do metrô passou para este valor no mês de abril, e somente agora o estudo veio à tona. O atual secretário de transportes do estado do Rio de Janeiro, Washington Reis, à época se limitou a confirmar o aumento.
Sobre a tarifa de metrô, cabe ressaltar que o estado lidera com folga a tarifa mais cara do país. Das 14 cidades com malha metroviária, nenhuma delas ultrapassa o valor de R$ 5,50. No Rio, os trabalhadores têm que desembolsar R$ 2,00 a mais.
E não para por aí: a abandonada Supervia, que passará por nova licitação, possui como tarifa atualmente R$ 7,10. Isso mesmo: a tarifa de trem por aqui custa R$ 7,10, para um serviço que é constantemente interrompido e deixa o trabalhador na mão quase diariamente.
Ônibus e Vans municipais, apesar do valor menor, não ficam para trás: aumentaram neste ano quase 10%, subindo para R$ 4,30, sem que a promessa de climatização (maior parte da frota com ar condicionado instalado) fosse cumprida.
Fechamos com as barcas Rio-Niterói. Passaram de um transporte popular, regular e acessível de outrora, para um transporte que custa incríveis R$ 7,70.
Há algo de errado no governo Cláudio Castro (PL), especialmente no trato com os trabalhadores e trabalhadoras que diariamente fazem uso do transporte público: a sensação é de sempre embarcarmos numa canoa furada. No geral, esse é o custo de terem embarcado mais uma vez neste governo.
