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DIREITOS DA MULHER

Na avaliação de 30 anos da Conferência de Pequim, comunicação é um desafio para as mulheres

Na sexta (28), ocorreu um debate sobre o “Ponto J” da Plataforma de Ação de Pequim, que aborda o papel das mulheres na comunicação

05.mar.2025 às 15h05
Porto Alegre (RS)
Stela Pastore
Protestos durante 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, realizada na China, em 1995. Foto: ONU/Milton Grant

Protestos durante 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher em Pequim, realizada na China, em 1995 - Foto: ONU/Milton Grant

Após 30 anos da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher realizada na China, em 1995, movimentos em todo o mundo avaliam os avanços da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim (Beijing). O encontro histórico reuniu mais de 40 mil mulheres de todo o mundo e estabeleceu diretrizes em 12 áreas. Na última sexta-feira (28), ocorreu um debate internacional tratando do “Ponto J” da Plataforma, que se refere às mulheres e comunicação. 

“Hoje sabemos que os bilionários são os que comandam a máquina da informação, a comunicação se tornou instrumento para veicular ideias do modelo neoliberal, da extrema direita, do fascismo e da misoginia”, pontuou a jornalista Telia Negrão, representando o Brasil no diálogo online promovido pela Red Internacional de Periodistas con Visión de Género (RIPVG) e a Red de Salud de las Mujeres Latino americanas y del Caribe (RSMLAC).

Telia ressaltou a influência de empresas de tecnologia no atual contexto. “Vivemos a ameaça vinda dos Estados Unidos (EUA) e nos sentimos reféns das globaltechs, de sistemas estandarizados que nos submetem a um tipo de narrativa que nos remete a retrocessos civilizatórios.”

O painel contou ainda com a participação da jornalista catalã  Alícia Olivier e da professora de história e ex-deputada argentina María Helena Naddeo. A mediação foi da jornalista colombiana Juliana Gómez. O painel foi transmitido pelo Instagram.

As painelistas desenharam um mosaico das vivências, experiências e expectativas e concordam que, apesar de avanços, há um vasto campo a ser defendido, explorado e conquistado diante de um cenário mundial de crescimento do fascismo, das fake news, ataque às democracias, às mulheres e aos direitos humanos.

Novos desafios em tempos de bigtechs

Integrante do coletivo Querela Jornalistas Feministas, Telia Negrão historiou a luta das mulheres em eventos mundiais anteriores a Pequim, como as conferências no México (1975), Copenhagen (1976) e Nairóbi (1985), na qual esteve presente. Encontros que construíram elementos para a plataforma de 1995, criando estratégias transversais contra a desigualdade e a violência de gênero e a constituição de políticas públicas. 

“Tratamos de um documento que representa o acumulado de uma longa luta histórica das mulheres. Tivemos avanços importantes nessas três décadas, como legislações, normativas das políticas públicas, estudos e pesquisas, mas desafios persistem e não superamos nenhuma das 12 áreas priorizadas na conferência”, opinou.

A jornalista atuava no Sindicato dos Petroleiros do RS à época da conferência, onde estimulou a criação da primeira Comissão da Mulher Petroleira do país. A forma de acompanhar o que se passava na China era um boletim quase diário e um Caderno com os acontecimentos, com entrevistas, artigos, debates e diretrizes do encontro mundial. 

Ela destacou que a luta feminista ganhou enorme visibilidade naquele encontro, com muitas publicações, sites e conquista de espaços midiáticos, impactando os países. O que fez surgir planos nacionais, a partir de uma “crítica do feminismo à sociedade onde o patriarcado incide sobre nossos corpos, nossas vidas, nas experiências laborais em todas as dimensões”. 

Comunicação e o campo simbólico

Painel foi mediado pela jornalista Juliana Gómez e contou com a participação das jornalistas Télia Negrão e Alícia Olivier e da ex-deputada argentina María Helena Naddeo / Reprodução

Para as painelistas, a comunicação tem um valor central, como constituinte do campo simbólico no qual se nutre a cultura, fundamental para promover mudanças comportamentais e culturais que alterem a visão da sociedade sobre as mulheres e das próprias mulheres sobre si mesmas, num processo de empoderamento pessoal e coletivo.

“Se na época da conferência já sabíamos que a informação era algo muito poderoso, não tínhamos ainda a ideia de que a informação seria tão disputada como é agora”, acentuou a representante do coletivo Querela. 

Telia recordou que pobreza, violência, divisão sexual do trabalho e trabalho gratuito e mal pago afastam a mulher de espaços de poder decisão, expropriando parte de sua vida. “Temos tido respostas contundentes como a presença de movimentos de mulheres no mundo inteiro, documentos internacionais, a inclusão de temas como a violência na agenda da mídia e da sociedade, mas precisamos de um enorme esforço pela igualdade de gênero diante das democracias em risco, crise climática severa, genocídio na palestina,  guerras e avanço do fascismo”, observou a ativista. 

Discursos de ódio e misoginia

A representante do Brasil relatou a derrubada da presidenta Dilma Rousseff como um acontecimento antidemocrático, marcado pela misoginia como um método, que contou com o apoio da mídia. Ex-assessora de imprensa da ex-presidenta e cientista política, Telia destacou que o governo de Jair Bolsonaro, na sequência ao período golpista de Temer, destruiu políticas públicas, desrespeitou profundamente mulheres jornalistas, atacou a democracia e o meio ambiente e difundiu linguagem de ódio e machismos e utilizando das plataformas digitais à disseminação das armas.

Para a comunicadora, a hegemonia da mensagem hoje está na mão das grandes corporações que produziram os novos bilionários, atuam sem regulação,e se tornaram ambiente de fake news movidas por interesses econômicos e geopolíticos,manipulando abordagens tendenciosas.

Telia Negrão destaca que é necessário regular este sistema em defesa das democracias, promover a leitura crítica dos meios diante das fake news e promover o acesso informado das mulheres e meninas às tecnologias da informação.

Mesmo com a reconquista de um governo com caráter democrático no Brasil, o consenso é de que há muito a reconstruir diante de um campo simbólico misógino. “Temos um longo caminho a trilhar e a luta pela informação de qualidade é tarefa da sociedade juntamente, o que tenho feito ao lado do meu sindicato, o SindJoRS, a Fenaj e coletivos de jornalistas feministas no Brasil”, concluiu. 

Base para políticas públicas 

“A conferência produziu novos conceitos que se projetam nas legislações de políticas públicas, transversalidade e empoderamento. Bandeiras justas, apropriadas para a humanidade. Mas vemos agora a linguagem de ódio dos governos de direita querendo reverter o que foi construído pelas forças progressistas em três décadas”, analisou a jornalista e ativista espanhola Alícia Olivier.

A Espanha, atualmente, estabeleceu paridade nos cargos de governo, educação sexual obrigatória no sistema educativo, linguagem não sexista, entre outras iniciativas levadas a cabo por governos progressistas. 

Para Alícia, o item J traz dois objetivos estratégicos, mas pendentes: acesso aos meios de difusão e novas tecnologias e garantia de imagem de gênero equilibrada nos meios. 

Para a ativista, este item é o que menos avançou entre os 12 da plataforma. “Sem normativas públicas por meio de leis e diretrizes para os meios, não avançaremos. Sem incidir nos meios, no imaginário coletivo não mudaremos e seguimos com estereótipos de gênero.”

O tratamento no gênero masculino segue invisibilizando como o não emprego de linguagem inclusiva e não sexista, alerta a jornalista. Alícia destaca a violência online, a ausência de estudos de gênero nas escolas de jornalismo, na academia, sindicatos entre outros precisam mudar. Ela sugere uma monitoria mundial dos meios para identificar e interromper esse processo que reforça e resulta em maior exclusão por gênero e outras intersecções. 

Argentina na vanguarda feminista

A professora María Helena Naddeo relatou a forte luta em seu país para superar a sangrenta ditadura militar argentina que na época não estava atrelada ao feminismo. “Ao conhecer o movimento de mulheres vi que a história oficial havia invisibilizado a existência das mulheres. Ir a Beijing foi um divisor de águas na minha vida e na luta pela igualdade”, testemunhou.

Ela destacou a força do movimento feminista na Argentina que inspira outros países. “Vamos consolidando uma nova forma de feminismo que superou o acadêmico e se converteu em feminismo popular que enfrenta a onda fascista e neoliberal que quer derrubar o que construímos em Beijing”, vocaliza. Adiantou que será realizada uma conferência nacional antirracista e antifascista com o slogan “Al closet no volvemos nunca más” (Ao armário não voltamos nunca mais) para combater o discurso de ódio do presidente Javier Milei. 

Mediadora do encontro, Juliana Gómez anunciou uma campanha para difundir o capítulo J durante a reunião da Comissão de Status da Mulher da ONU (CSW, de 10 a 21/3) em 12 de março, em Nova Iorque. 

“Nossos direitos estão em risco. Temos que seguir lutando juntas para torná-los reais”, completou.

Editado por: Marcelo Ferreira
Tags: comunicaçãofeminismomulheresonu
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