Chegamos a mais um Dia Internacional de Luta das Mulheres. Já mostramos algumas vezes no Brasil de Fato que a data tem raízes socialistas – fato que muitas vezes é omitido pela mídia hegemônica – e foi proposta pela primeira vez em um evento em 1910, que reuniu mulheres de todo o mundo na Dinamarca. As origens estão conectadas a uma série de eventos históricos relacionados à luta de mulheres da classe trabalhadora na Rússia, nos Estados Unidos e em países europeus no início do século XX, com a oficialização em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Se por um lado há um marco que situa sua origem, por outro, seguimos como protagonistas de uma luta que não se encerra. Apesar das conquistas alcançadas ao longo de séculos de luta e resistência, a realidade das mulheres segue marcada pela violência que mata, pela desigualdade salarial, pela precarização do trabalho e pela tentativa constante de retirada de direitos.
No Brasil, os índices de feminicídio continuam alarmantes. Não temos direito sequer aos nossos corpos. Nesse contexto, as mulheres negras, indígenas e periféricas são as mais afetadas, enfrentando variadas formas de opressão.
O Brasil de Fato, desde a sua origem, em 2003, carrega o compromisso de amplificar as vozes e as pautas das mulheres, denunciando as múltiplas violações e somando forças na árdua tarefa de frear retrocessos em um país que odeia e violenta mulheres.
Neste 8 de março não seria diferente. Estivemos nas ruas para acompanhar de perto as mobilizações e contribuir para ecoar as vozes das mulheres do campo, das águas, das florestas e das cidades, com uma visão popular.
É verdade que muita coisa mudou nas últimas décadas, mas sabemos que parte da mídia ainda insiste em deturpar a data, dissociando-a de suas raízes socialistas e colocando-a em um lugar de celebração meramente publicitária.
No Brasil de Fato, lembramos e reafirmamos o 8 de março como parte de um processo contínuo de luta e resistência das trabalhadoras. E você pode estar do nosso lado nessa trincheira. É só apoiar o nosso trabalho com a partir de R$ 1 por dia. Siga conosco nesta luta que não se encerra.
Te convido a visitar a nossa cobertura especial neste 8 de março.
Seguimos juntas, em luta.
*Geisa Marques é supervisora de Redação no Brasil de Fato