Profissionais da rede municipal de educação de Salvador (BA) realizaram, na manhã dessa quinta-feira (3), mais um protesto nas ruas da capital baiana em defesa de remuneração justa e melhores condições de trabalho. A caminhada, que começou na Rótula do Abacaxi, próximo à estação de metrô Acesso Norte, e seguiu até o Shopping da Bahia, no Caminho das Árvores, compõe o terceiro dia de paralisação da categoria, que está em campanha salarial desde fevereiro.
“Os trabalhadores da educação de Salvador estão mostrando sua força. Não aceitamos migalhas! A gestão precisa entender que, sem valorização, não há educação de qualidade. Seguiremos mobilizados até que nossos direitos sejam respeitados”, salienta o professor Rui Oliveira, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).
Estado de greve
Em assembleia realizada na última terça-feira (1º), os trabalhadores aprovaram paralisação de 72 horas e estado de greve. Em seguida, realizaram uma marcha pelas ruas de Salvador até o Mercado Modelo, no Comércio, dialogando com a população sobre suas reivindicações.
Segundo Elza Mello, diretora da APLB Sindicato, a categoria aprovou em fevereiro uma pauta com sete itens, tendo como ponto central o pagamento do piso salarial profissional nacional do magistério, que, segundo a dirigente, não é pago há anos pelo Executivo municipal.
“Além do piso salarial, nós temos outras questões que são também importantes. São as condições de trabalho. Não pode haver qualidade na educação se nós não temos as condições mínimas de trabalho e uma remuneração justa e prevista em lei, que não é respeitada pelo Executivo municipal. Nós temos escolas que não têm a mínima condição de funcionamento, escolas sucateadas, onde as salas de aula não têm a mínima condição de nós permanecermos, nem os alunos, nem os professores”, destaca Mello.

Na quarta-feira (2), os profissionais ocuparam a prefeitura em um ato de protesto para cobrar respostas do prefeito Bruno Reis (União), que, segundo a APLB, desde que recebeu a pauta de reivindicações, há cerca de dois meses, ainda não deu nenhum posicionamento sobre as demandas.
“Se o Executivo Municipal não negociar, não apresentar nenhuma posição em relação às questões apresentadas por nós, pela APLB Sindicato, não temos outra saída do que radicalizar o movimento, que é a greve”, salienta a diretora.
Mobilização permanece
Após as 72 horas de paralisação, o sindicato aponta que a mobilização continua e uma nova assembleia deverá ser marcada até a próxima quinta-feira (10). Elza Mello destaca a importância de toda a sociedade se envolver na luta em defesa da educação pública.
“Queremos dizer para a população de Salvador, queremos dizer para os vereadores, para todos que defendem a educação de qualidade e toda a população, que apoiem a nossa luta, porque a nossa luta é justa. A luta em defesa da educação pública de qualidade não é só do professor, é a luta de toda a população, de todo o povo, para que tenhamos um país, um futuro”, finaliza.
O Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação de Salvador (Smed) em busca um posicionamento sobre o assunto, mas até o momento não houve retorno. O espaço segue aberto.