Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

exploração humana

Escravidão contemporânea: o passado colonial que ainda aprisiona o Brasil

Dados alarmantes revelam necessidade de Reforma Agrária, justiça ágil e políticas públicas efetivas

24.abr.2025 às 12h31
Rio de Janeiro (RJ)
Marina Do Mst
Escravidão contemporânea: o passado colonial que ainda aprisiona o Brasil

Em 2025, o Brasil completa 30 anos do reconhecimento oficial da existência de formas contemporâneas de escravidão - Sérgio Carvalho/MTE

Quase 400 anos de escravidão não se apagam sem deixar marcas. Passado o primeiro quarto do século XXI, o Brasil ainda carrega nas costas o peso de estruturas de poder baseadas na exploração. Enquanto lutamos pelo fim da escala 6×1 — herança de uma lógica que exaure o trabalhador até a última gota —, convivemos com números alarmantes do trabalho análogo ao de escravo. Violência física ou psicológica, longas jornadas sem a devida remuneração, servidão por dívidas e cerceamento da liberdade, que configuram este tipo de trabalho, de acordo com a Lei 10.803/2003 e com o artigo 149 do Código Penal, ainda são a realidade de milhares.

Em 2025, o Brasil completa 30 anos do reconhecimento oficial da existência de formas contemporâneas de escravidão. Desde então, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou mais de 65 mil trabalhadores, mas um relatório da Global Slavery Index estima que ainda existam cerca de 370 mil pessoas em condições análogas à escravidão no país.

:: Quer receber notícias do Brasil de Fato RJ no seu WhatsApp? ::

Em séculos, o perfil das vítimas não mudou: negros, pobres, marginalizados. Imigrantes de países como Bolívia, Venezuela, Haiti e China também estão entre os vulneráveis. Nos centros urbanos, a exploração é registrada principalmente no serviço doméstico, na construção civil, na indústria têxtil, em fábricas e em grandes eventos.

No campo, onde o legado colonial dos latifúndios persiste, os casos são notáveis na pecuária, nas monoculturas de commodities, na mineração e em usinas canavieiras e carvoarias. Neste cenário, entendemos a urgência da Reforma Agrária para desmantelar a tradição latifundiária, garantir a dignidade nas zonas rurais e possibilitar a produção de alimentos saudáveis para todo o povo brasileiro.

Pela Constituição Federal, a terra deve cumprir sua função social através da produtividade e do respeito às leis trabalhistas e ambientais. É nesta perspectiva que o MST realiza suas ocupações, pressionando as autoridades para que seja cumprida a constitucionalidade da distribuição de terras onde há denúncias de exploração e desrespeitos aos direitos dos trabalhadores.

O Brasil tem plenas condições de oferecer trabalho saudável a seus cidadãos. Em 2023, quando o resgate de 207 trabalhadores em vinícolas de alto padrão, em Bento Gonçalves (RS), chocou o país, a procura pelos sucos de uva orgânicos produzidos por agricultores familiares do MST disparou, registrando um aumento de 300% nas vendas. Este é um exemplo da viabilidade de modelos de produção embasados na justiça socioambiental. E a mensagem é clara: o consumidor está disposto a apoiá-los — mas falta vontade política para que sejam regra, não exceção.

É possível romper esse ciclo?

O Brasil vem avançando no combate ao trabalho análogo à escravidão, mas ainda precisamos percorrer um longo caminho. O modelo brasileiro de fiscalização é elogiado pela Organização Internacional do Trabalho, mas a impunidade e a lentidão judicial acendem um alerta.

Neste mês, o Governo Federal atualizou a “lista suja” com nomes de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão. O documento cita 745 pessoas e empresas, incluindo o genro de um dos acusados pela Chacina de Unaí (MG), quando quatro funcionários do MTE foram assassinados a caminho de uma fiscalização, em 2004. Duas décadas depois, ninguém está preso pelo crime. É mais um caso que escancara a violência no campo e a morosidade da Justiça frente ao poder dos ruralistas.

Além disso, são fundamentais as políticas de proteção, acolhimento e reinserção para vítimas, a exemplo da Lei 10.575/24, de minha autoria, que garante assistência jurídica, saúde, moradia e Seguro-Desemprego aos resgatados no estado do Rio de Janeiro.

Também é importante que avancemos em estratégias de inteligência, como o investimento em tecnologias inteligentes de cruzamento de dados para identificar práticas ilícitas. São bem-vindas ainda parcerias entre instituições e coletivos da sociedade civil, apoio de organizações internacionais, ações educativas e campanhas de conscientização.

O combate ao trabalho análogo à escravidão exige mais do que denúncias: é preciso coragem política para desmontar estruturas de poder arraigadas desde o Brasil colônia. Enquanto houver lucro na exploração humana, o ciclo se repetirá. A hora de romper com a lógica perversa do latifúndio e do trabalho degradante é agora. O futuro do país não pode mais esperar.

*Marina do MST é deputada estadual pelo PT do Rio de Janeiro.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Vivian Virissimo
Tags: agroecologiamst
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

CINEMA

Crianças da Vila das Torres, em Curitiba, lançam curta sobre sonhos e barreiras do cinema periférico

Habitação

Governos federal e estadual anunciam novo plano para favela do Moinho: ‘Se houver violência, acordo fica inviabilizado’

Genocídio

Câmara de SP cancela evento dos 77 anos da tragédia palestina em meio a aumento de mortes em Gaza

AGROECOLOGIA E LUTA

Com arte e alimentos saudáveis, Minas Gerais participou da 5º Feira Nacional da Reforma Agrária

São Paulo

‘A gente só é ouvido quando fecha a linha do trem’: governo federal coleta relatos de violência na favela do Moinho

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.