O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o jornalista fundador do Wikileaks, Julian Assange, é exemplo para os defensores da liberdade de imprensa e direitos humanos. Os dois se encontraram em Roma, onde os dois ex-prisioneiros políticos estiveram para o funeral do papa Francisco.
“Recebi na última sexta-feira (25), em Roma, o jornalista e programador Julian Assange. Comentamos sobre o engajamento do papa Francisco em favor da causa da liberdade de expressão e de defesa da democracia. Foi a partir da audiência concedida pelo papa à esposa e aos filhos de Assange, em 2023, que a campanha pela libertação do jornalista ganhou novo ímpeto”, escreveu Lula.
“Fiquei muito feliz em constatar que Assange está bem de saúde e está reconstruindo a sua vida familiar e profissional. Ele é um exemplo para todos que atuam em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos humanos”, prosseguiu o presidente em sua conta no X.
A admiração de Lula pelo jornalista é antiga. Desde que Assange começou a divulgar abusos de militares estadunidenses no Iraque e Afeganistão, o então presidente brasileiro o defende como um pilar da democracia. Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres a partir de 2012 para escapar da prisão por motivos políticos e Lula passou a ser uma das principais vozes a pedir por sua liberdade.
Em 2019 jornalista foi detido em uma prisão de máxima segurança no Reino Unido, e passou cinco anos sob risco de deportação para os EUA, onde poderia ser condenado à morte. Julian Assange foi finalmente solto em 2024 após acordo no qual se declarou culpado de revelar segredos militares dos EUA em troca de sua liberdade.
“O mundo está um pouco melhor e menos injusto hoje. Julian Assange está livre depois de 1.901 dias preso. Sua libertação e retorno para casa, ainda que tardiamente, representam uma vitória democrática e da luta pela liberdade de imprensa”, disse o presidente brasileiro à época.
Lula também ficou preso por motivos políticos, durante 580 dias, entre abril de 2018 e novembro de 2019. Durante o período, ele foi impedido de disputar as eleições presidenciais de 2018, a qual liderava as pesquisas de intenção de voto e, na sua ausência, elegeram Jair Bolsonaro.