Para marcar os 80 anos da vitória das tropas soviéticas e dos países aliados contra o nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, o Movimento Internacional Antifascista – Capítulo Brasil realiza, nesta terça-feira (6), em Brasília, um ato político-cultural para relembrar a importância da derrocada de um dos regimes mais nocivos à humanidade no século 20. O encontro acontecerá no Teatro dos Bancários (314/315 Sul), às 18h30, reunindo autoridades, lideranças populares, ativistas, artistas e poetas.
O Movimento Internacional Antifascista, no Brasil, foi criado em 7 de fevereiro deste ano, em Brasília, integrando uma rede global de organizações que visa ampliar a luta contra ideologias associadas ao fascismo, nazismo, racismo, xenofobia e forças neoliberais. No país, o movimento tem se fortalecido ao agregar movimentos sociais, entidades e partidos políticos progressistas.
Para o secretário executivo da Internacional Antifascista – Capítulo Brasil, o jornalista e escritor Pedro Cesar Batista, o evento tem por objetivo manter viva a memória histórica, para que atrocidades como as ocorridas na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial não se repitam.
“A história precisa ser conhecida para que não se repitam fatos que causaram danos e extermínios de povos, atacando a dignidade humana e a classe trabalhadora”, afirma.
Com a ascensão do nazismo ao poder na Alemanha, liderado por Adolf Hitler, entre 1941 e 1945, iniciou-se a perseguição a comunistas, judeus, ciganos, negros, homossexuais, pessoas com deficiência, entre outros, com a difusão da ideia de que a raça branca/ocidental/ariana seria superior aos demais povos. O período, conhecido como Holocausto, exterminou aproximadamente 6 milhões de pessoas.
Para Batista, atualmente, as redes sociais exercem um papel importante na manutenção e expansão de ideologias nazifascistas ao redor do mundo. “As plataformas, com seus algoritmos, manipulam o que circula nas redes virtuais, impondo uma cultura nazifascista e sionista”, destaca.
No contexto atual, Batista faz um paralelo com a situação vivida pelo povo palestino. “Atualmente, a humanidade vê essas atrocidades e práticas ressurgirem. Na Palestina, crianças e mulheres são queimadas vivas. Em várias partes do mundo – como Ucrânia, Alemanha, EUA e Brasil – vêem-se grupos nazifascistas atuando, sempre com o uso da violência e da mentira contra os povos e os trabalhadores.”
Desde o início do conflito entre Israel e Palestina, em 7 de outubro de 2023, estima-se que mais de 52.500 palestinos tenham sido mortos na Faixa de Gaza, com mais de 118.400 feridos e milhares de desaparecidos.
Ato político-cultural
Em Brasília, a ocasião será marcada por atividades culturais, com apresentações de poetas e músicos locais no palco do Sindicato dos Bancários. Entre os nomes confirmados estão as cantoras Myrla Muniz e Maria de Barros, os instrumentistas Fabiano Trompetista e Marinho Lima, além de grupos como Liga Tripa, Muralha Antifascista, Os Candangos, Faces do Caos e Duo Accordi, entre outros.
A manifestação também será realizada em outras capitais do país. Na sexta-feira (9) o ato acontece em Fortaleza (CE), às 18h, no auditório do Auditório do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do Estado do Ceará (Sentufce). No mesmo dia, o ato também será realizado às 15h na Cinelândia no no Rio de janeiro (RJ). No sábado (10), às 9h, o ato ocorre em São Paulo (SP) na Academia Paulista de Letras.
“Acredito que há uma compreensão dos retrocessos em curso, por isso a participação deveria ser massiva. Lutar contra o nazifascismo e o sionismo é uma necessidade”, conclui Pedro Batista.