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Ataque dos EUA

Aliança estratégica: Venezuela teve apoio da Rússia, China e Irã no período mais duro da crise e quer ampliar relações

Compra de petróleo, negócios militares e empréstimos seguraram a economia em meio a ataque dos EUA

16.maio.2025 às 16h34
Caracas (Venezuela)
Lorenzo Santiago
Maduro se encontra com Díaz-Canel, Xi Jinping e Traoré em viagem a Rússia e reforça ‘alianças estratégicas’ 

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da China, Xi Jinping, participaram de um jantar na celebração dos 80 anos do Dia da Vitória, em Moscou - Prensa Presidencial

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, esteve na Rússia na semana passada para celebrar os 80 anos do Dia da Vitória, episódio que marcou a vitória do Exército Vermelho sobre os nazistas na Segunda Guerra Mundial. O venezuelano aproveitou a viagem para se encontrar com o mandatário russo Vladimir Putin, assinar uma série de novos acordos e estreitar ainda mais laços que foram fundamentais para os venezuelanos nos últimos anos. 

A relação entre Caracas e Moscou se intensificou desde a eleição de Hugo Chávez para a presidência da Venezuela em 1998. Ao longo dos anos, os russos e os venezuelanos assinaram mais de 350 acordos em diferentes áreas: desde a exploração de petróleo, até o compartilhamento de armamentos, os russos passaram a ter uma presença cada vez maior na política do país caribenho. 

Esse laço seguiu com Maduro e, na época mais dura da crise venezuelana, Moscou foi um ponto de apoio para a Venezuela. As sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a economia venezuelana se intensificaram em 2017. O país deixou de vender petróleo no mercado internacional e viu os dólares pararem de entrar. Além de passar por um ciclo de alta dos preços que levou a inflação interanual para 344.510% em 2019, o governo perdeu a capacidade de investimento e teve que recorrer a parcerias estratégicas para isso.

Mudança de paradigma

Chávez trouxe em 1999 uma mudança nos rumos políticos não só internos, mas também nas relações exteriores. Aproximação com os latino-americanos, a defesa da Palestina e o anti-imperialismo foram alguns dos principais balizadores da política externa do ex-presidente. Mas o ex-presidente também teve uma visão estratégica de formar um vínculo com China e Rússia, além do Irã e dos aliados da OPEP. 

As relações da Venezuela com a Rússia são de 1945. E com a China foram formalizadas em 1974. No entanto, esses laços eram apenas formais, com pouco intercâmbio entre os países. A visão de ampliar o marco de relações e não só estabelecer uma relação unilateral com EUA e Europa foi predominante nos governos chavistas. Para se ter uma ideia, a Venezuela tinha antes só 6 embaixadas na África. Agora, o país tem 17 representações diplomáticas no continente. 

A ideia de Chávez era não se mover só por razões de caráter ideológico. Ele tinha como meta diversificar as relações exteriores. Para o ex-diplomata e analista internacional venezuelano Sergio Rodríguez Gelfenstein, Chávez conseguiu manter essa linha até os Estados Unidos aumentarem o ritmo das sanções em 2017. 

“Isso nos levou a lugares que nunca antes estivemos. Enquanto a economia da Venezuela ia bem. Depois, com as sanções, as próprias relações começaram a ser afetadas. Não só pelos EUA, mas outros países. Com isso, toda essa visão de Chávez se colocou à prova. A Venezuela teve que enfrentar o Grupo de Lima, um organismo formado para derrubar um governo. Isso tudo colocou à prova as relações”, disse ao Brasil de Fato. 

Apoio russo

Com os russos a relação mais forte se dá no campo militar. Chávez mudou completamente o armamento das forças armadas venezuelanas, que antes era estadunidense. Ao longo dos últimos 20 anos, todo o aparato militar da Venezuela se tornou russo. 

O objetivo de Caracas era reduzir a dependência dos EUA no setor militar em um momento de ataque da Casa Branca contra os governos chavistas. 

“Chávez decidiu se desprender da dependência militar que ele tinha com os EUA, ou seja, nosso armamento era basicamente estadunidense e ocidental. Comprávamos tanques da França e barcos da Espanha. Isso, claro, a medida que as relações tensionaram, começamos a ficar prejudicados, porque não conseguimos peças para manutenção. Chávez tomou uma medida radical que foi mudar totalmente o armamento, que hoje é basicamente russo”, disse Gelfenstein. 

Em 2005, a Venezuela já havia se tornado o maior comprador de armas russas na América Latina. A partir daí, essa relação comercial cresceu ainda mais. Naquele ano, os dois países já tinham contratos militares assinados no valor de US$ 11 bilhões (R$ 62 bi) e negociavam outros US$ 2 bilhões (R$ 124 bi), segundo a estatal russa Rostec.

Mesmo com o bloqueio, a Rússia enviou em 2018 dois caças TU-160 para a Venezuela e, em 2019, inaugurou um centro de treinamento e manutenção de helicópteros militares na Venezuela. Dentro de um projeto de cooperação militar, a Rússia inaugurou naquele mesmo ano um centro de simulação de voo de aeronaves SU-M30, onde pilotos venezuelanos podem treinar para operar esses caças.

Essa cooperação militar se fortaleceu ainda mais nos últimos meses. Em julho de 2024, os russos enviaram navios militares para uma visita de 4 dias à Venezuela. O objetivo era aprofundar a “cooperação técnico-militar” entre os dois países, de acordo com o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino.

Na semana passada, Maduro e Putin assinaram uma série de acordos para desenvolver uma “aliança estratégica” e projetos conjuntos nas áreas militar, econômica, energética, tecnológica e política. O documento também expressa o apoio formal à entrada dos venezuelanos no Brics.

Esse alinhamento político-diplomático também tem sido importante para Caracas. A Rússia é uma das integrantes do Conselho de Segurança da ONU e pode vetar decisões que sejam tomadas pelos Estados Unidos no grupo e que podem afetar a Venezuela. Exemplo disso se deu em 2019. 

O Conselho propôs uma declaração pedindo “eleições livres” na Venezuela, o que foi vetado pelos russos que, na mesma reunião redigiu uma declaração no grupo preocupados com as ameaças de uso da força e a interferência em assuntos internos do país caribenho.

Os russos, no entanto, também apoiaram financeiramente a Venezuela. A partir de 2014, quando a inflação venezuelana começou a subir e o país entrou em uma espiral de crise econômica, a petroleira russa Rosneft fez um empréstimo à estatal venezuelana PDVSA no valor de US$ 6,5 bilhões. Dois anos mais tarde a empresa abriu mais uma linha de crédito no valor de US$ 1,5 bilhão. 

As duas empresas foram parcerias em outros projetos petroleiros e, depois que Trump aumentou as sanções contra a Venezuela em 2017, a Rosneft se tornou um dos principais negociadores do petróleo venezuelano. Os russos chegaram a comprar quase 30% do petróleo produzido no país caribenho segundo a Reuters.

O bloqueio atingiu a Rosneft em 2020 e a empresa teve que passar os negócios com a PDVSA para outra companhia russa.

O apoio de Putin a Maduro também se deu em outra área econômica. Em 2017, os dois assinaram um acordo para que a Venezuela comprasse 600 mil toneladas de trigo russo para tentar amenizar a falta do produto no país. Moscou enviou em 2018 mais de 300 toneladas de medicamentos e alimentos para os venezuelanos. 

Um dos principais pontos do novo acordo assinado entre os países na última semana é a ampliação dos laços entre russos e venezuelanos para o nível mais alto das relações diplomáticas. Com isso, a Venezuela é o primeiro país do continente a estabelecer esse nível de relações com os russos. Os dois países também celebraram neste ano o aniversário de 80 anos de relações.

Ajuda chinesa 

Outro auxílio veio da China. Pequim realizou uma série de empréstimos e financiou atividades em setores importantes da Venezuela, o que aproximou também os dois países em um contexto de grave crise. Os dados oficiais dos empréstimos não são divulgados, mas organizações privadas estimam que o valor da dívida chegou em 2023 a US$ 67 bilhões (R$ 379 bilhões).

Os principais setores que receberam empréstimos chineses foram de infraestrutura energética, com o financiamento de refinarias e usinas. Por não ter entrada de dólares suficiente, Caracas comprometeu parte da sua produção de petróleo para pagar os chineses. Com o tempo, Pequim também renegociou os termos do pagamento dessa dívida. 

Victor Rodriguez é ex-embaixador da Venezuela na ONU e afirma que essa relação foi benéfica para os venezuelanos no período da crise, mas, no caso dos chineses, deixou uma dívida difícil de pagar.

“Maduro e Chávez conseguiram colocar a Venezuela em um tabuleiro geopolítico que não era o nosso. A relação com a Rússia é principalmente militar, mas também política e econômica. É estratégica porque a Rússia tem uma proximidade com Cuba e Nicarágua. E também em relação ao enfrentamento com os Estados Unidos. Esse sempre foi o objetivo deles. Com relação à China é fundamentalmente comercial. O endividamento da Venezuela com a China é tão grande que a Venezuela não vai conseguir pagar agora”, disse ao Brasil de Fato.

Tanto para chineses, como russos, há formas de Caracas vender petróleo venezuelano no mercado paralelo. Como forma de aumentar a entrada da moeda estadunidense, as empresas venezuelanas passaram em 2020 a usar ferramentas para driblar os bloqueios e garantir a venda de petróleo internacionalmente.

Um dos recursos para isso foi criar empresas intermediárias e vender por triangulação com o mercado asiático. Ainda assim, o produto tinha um desconto de quase 40% se comparado aos preços do mercado internacional. Segundo a Reuters, em março de 2020, enquanto o barril de petróleo brent era vendido a US$ 37, a petroleira estatal venezuelana PDVSA vendia seu barril entre US$ 14 e US$ 18.

Para Gelfenstein, os chineses dão apoio importante, mas por pragmatismo, não ideologia nessa relação. Esse cenário, no entanto, pode mudar com a gestão de Trump.

“O apoio da China tem sido muito importante. Na luta contra a pandemia, venda de vacinas. Mas não tem sido tão relevante em relação à capacidade chinesa. Isso porque as empresas chinesas têm muito medo de ser sancionadas, mesmo que seja decisão política dos chineses de estabelecer relações com a Venezuela. Isso está começando a mudar graças a Trump. Porque ele está mudando o marco das relações internacionais e, nessa medida, os chineses se deram conta de que não podem lidar sozinhos nessa confrontação estratégica com os EUA”, afirmou ao Brasil de Fato.

Para os chineses, a reciprocidade diplomática de Caracas se dá no apoio à perspectiva de Uma só China e a defesa de que Taiwan é parte inalienável da China.

Relação com iranianos

Outro apoio estratégico no período mais duro da economia venezuelana veio do Irã. O país ajudou a remontar toda a infraestrutura petroleira da Venezuela com base na experiência dos 45 anos de bloqueio que o mercado do petróleo iraniano vive. A indústria ligada ao petróleo iraniano não foi construída pelos EUA, mas pelo Reino Unido e por países ocidentais. 

Com a revolução iraniana de 1979, a Europa Ocidental e os Estados Unidos bloquearam a economia de Teerã. O país já era uma das principais lideranças da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) naquela época e precisaram criar ferramentas e estratégias para driblar o bloqueio e manter o protagonismo no cenário energético internacional.

Para Rodriguez, essa proximidade com o Irã é mais ideológica do que com russos e chineses. Ele afirma, no entanto, que empresas russas, chinesas e iranianas poderão pensar duas vezes antes de seguir comprando petróleo venezuelano por causa das tarifas de Trump.

“No caso do Irã é uma relação mais ideológica, de afinidade entre os processos políticos e o contexto econômico de cada um deles. Essa proximidade entre Caracas e Teerã é importante para a expansão do Irã na região, que se deu por meio da Venezuela. Talvez eles tentem seguir vendendo petróleo de maneira extraoficial. Mas a advertência da administração de Washington é forte, eles sabem quem compra, para onde vai e quem transporta”, disse.

Uma das principais aproximações com o Irã nos últimos anos se deu por meio da OPEP. Chávez visitou cada um dos países membros da organização para pedir a participação na cúpula que seria realizada em Caracas. Esse movimento restituiu o poder e a força da Opep enquanto um bloco que negociava os preços e a produção de petróleo. 

Tarifas e aproximação

O presidente dos EUA anunciou tarifas para 185 países, incluindo uma taxa de 15% para produtos venezuelanos, e ameaçou uma taxa de 25% para países que comprarem petróleo venezuelano. Em resposta, Caracas criou um decreto para agilizar medidas governamentais.

Além das tarifas, a Casa Branca encerrou a licença da Chevron na Venezuela e revogou licenças de outras petroleiras, alegando falta de colaboração de Caracas na recepção de migrantes deportados.

Segundo Gelfenstein, as ações de Trump indicam protecionismo e a defesa de um sistema capitalista em crise, caracterizando uma guerra comercial, científica, tecnológica, política, ética e moral.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
Tags: euavenezuela
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