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Início Economia

Inflação do alimento

Por que a comida no Brasil fica cada vez mais cara se a safra está cada vez maior?

IBGE revisou para cima expectativa de safra recorde em 2025 enquanto alta dos alimentos bateu 7,81% em 12 meses

16.maio.2025 às 06h00
Curitiba (PR)
Vinicius Konchinski
Desde os anos 2000, o país vem perdendo sistematicamente área de cultivo de alimentos, dando lugar a grandes monoculturas de soja

Dois terços da produção recorde de soja do Brasil deve ser exportada, não contribuindo para o abastecimento nacional - Sergio Lima/AFP

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (15) mais uma atualização de sua previsão para a safra brasileira neste ano. A estimativa de produção, que desde janeiro já dava sinais de que seria recorde, tende a ser ainda maior do que o instituto pensava, atingindo 328,4 milhões de toneladas.

O novo número foi calculado com base em dados de abril. Ele é 0,2% maior do que a estimativa de produção calculada em março. Também é 12,2% maior que a safra efetivamente colhida em 2024: 292,7 milhões de toneladas.

Ele reforça o bom momento para o agronegócio brasileiro. “Em 2024, tivemos uma série de problemas climáticos afetando as principais lavouras do Brasil. Em 2025, temos uma safra de recuperação, com o clima muito melhor para o desenvolvimento das lavouras”, afirmou Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE.

Gráfico mostra evolução das estimativas de produção de grão no Brasil, segundo dados do IBGE

Diferentemente do que o governo havia previsto, no entanto, essa recuperação não se converteu em redução de preço de alimentos – pelo menos, até agora. Segundo o próprio IBGE, em abril, a alta acumulada em 12 meses dos itens de comida e bebida chegou a 7,81% – a mais alta desde fevereiro de 2023, no segundo mês deste mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu alimentos mais baratos.

Durante este governo, de fato, a inflação dos alimentos caiu em 2023. Ela fechou aquele ano em 1,03%, mais que dez vezes menos do que os 11,64% de alta registrados em 2022, último ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Contudo, do final de 2023 para cá, a inflação dos alimentos no Brasil mantém uma tendência de alta. E nem a safra recorde já parcialmente colhida nos primeiros meses deste ano ajudou a reduzir a pressão sobre o custo da comida.

Gráfico aponta evolução do preço dos alimentos durante o governo Lula, de acordo com o IBGE

Motivos

A primeira explicação para isso é que, apesar de colher uma safra recorde de grãos, o Brasil não colhe efetivamente uma safra recorde de comida nem uma quantidade recorde de produtos para abastecimento interno. A soja é o maior exemplo disso.

Metade do que o Brasil vai produzir em 2025 será soja, segundo o IBGE. Serão 164,2 milhões de toneladas do grão dos 328,4 milhões de toneladas totais. A soja não faz parte da dieta tradicional brasileira. Até por isso, cerca de 65% dos grãos que são colhidos aqui são exportados, sendo que 70% são destinados à China.

Apesar disso, a produção de soja é uma das que mais cresce no país. Segundo o IBGE, em 2025, ele deve ser 13,3% maior que a obtida no ano passado – e essa produção já está praticamente toda colhida, ressalta o instituto.

A produção de milho representa outros 39% da produção nacional. Ela também vai bem. Devem ser colhidos 128,2 milhões de toneladas do grão, próximo do recorde de 132 milhões de toneladas de 2023. Parte disso também será exportado, ou seja, não vai se reverter totalmente em redução de preço do milho no Brasil.

Commodity x alimento

“É preciso fazer uma distinção entre produção de commodities e produção de alimentos”, disse Paulo Petersen, agrônomo e membro do núcleo executivo da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). “Elas têm comportamentos bem distintos no que diz respeito ao atendimento de necessidades econômicas e sociais.”

Petersen disse que, nos últimos anos, estruturalmente, o Brasil vem produzindo cada vez menos alimentos e cada vez mais commodities. Por isso, apesar dos resultados recordes de produção, a inflação de alimentos tem sido cada vez mais severa.

José Giacomo Baccarin, professor de economia e política agrícola da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e diretor do Instituto Fome Zero (IFZ), já identificou essa alta estrutural da inflação de alimentos no Brasil em seus estudos. “A causa básica do aumento dos produtos alimentícios é que passamos a exportar muito, especialmente neste século”, disse ele, em live promovida pelo IFZ em fevereiro.

Ele defende formas de direcionar a produção para que ela não seja tão voltada ao mercado externo. “Precisamos ter alguma capacidade de arbitrar publicamente entre o abastecimento do mercado interno e a exportação”, recomendou. “Hoje, quem faz essa arbitragem é a iniciativa privada, por grupos econômicos.”

Ele cita o exemplo da carne para mostrar como o foco na exportação pode ter efeitos nocivos. O produto subiu 20,8% durante 2024. Isso porque os frigoríficos bateram recordes de exportação no ano, aumentando em 30% suas vendas ao exterior.

Petersen também defende que, cultura por cultura, o governo vá tomando medidas para que a agricultura nacional sirva ao abastecimento do país. Ele ressaltou que, neste ano, as safras de arroz e feijão, por exemplo, já vão ser maiores.

Riscos

Carolina Bueno, economista e pesquisadora na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade da Califórnia, diz que o foco excessivo do Brasil na agricultura voltada à exportação cria riscos para o país. O primeiro, à sua segurança alimentar. “Isso reduz a diversidade de alimentos disponíveis internamente e deixa o país vulnerável a oscilações de mercado e eventos climáticos extremos”, afirmou ela.

Outro problema é o efeito disso sobre meio ambiente. “Esse modelo, altamente dependente de monoculturas, está associado a pressões sobre biomas como o Cerrado e a Amazônia, intensificação do uso de agrotóxicos e degradação de solos”, disse.

Dados divulgados pela iniciativa MapBiomas apontam que, nos últimos seis anos, a agropecuária foi responsável por mais de 97% do desmatamento no Brasil.

A região do Matopiba, que abrange o Tocantins e parte do Maranhão, do Piauí e da Bahia, concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país no ano passado. A área é a nova fronteira agrícola do país.

De 2019 a 2024, o Brasil perdeu uma área de mata nativa equivalente ao tamanho da Coreia do Sul: foram mais de 9 milhões de hectares. Desses, mais de 6 milhões, ou dois terços do total, ficam na Amazônia Legal.

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