A Defesa Civil de Gaza anunciou nesta segunda-feira (26) que mais de 50 pessoas morreram em vários bombardeios israelenses durante o fim de semana. 33 das vítimas foram mortas em um ataque contra a escola Fami Aljerjawi, que era utilizada como abrigo.
Jornalistas palestinos que estão na cobertura do massacre postaram vídeos em suas redes sociais nos quais aparecem crianças debaixo de escombros e correndo em meio ao fogo. Ao todo, 53 pessoas morreram no ataque na madrugada deste domingo (25).
Após matar mais de 53.900 palestinos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, Israel vem intensificando os ataques contra o território nos últimos dias. Antes da escola, outro ataque matou nove dos 10 filhos da médica palestina Alaa Al-Najjar, no último sábado (24). O único filho sobrevivente e seu marido, também médico, estão internados em estado crítico.
Até agora, Israel invadiu e tomou o controle de 77% do território palestino através de forças terrestres, ordens de evacuação, bombardeios e bloqueio de alimentos e medicamentos, consolidando uma limpeza étnica na região. A ofensiva, iniciada após o ataque do Hamas em território isralenese em 7 de outubro de 2023 — que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas — devastou Gaza e forçou quase toda a população de dois milhões de habitantes a abandonar suas casas.
O recrudescimento dos ataques levou a comunidade internacional a se posicionar com mais firmeza contra Israel. Na semana passada, a União Europeia aprovou a revisão do acordo de associação com Israel.
Na mesma linha, o chefe da diplomacia da Espanha, José Manuel Albares, afirmou que os países deveriam adotar sanções contra Israel para interromper o massacre dos palestinos. A declaração foi feita durante reunião em Madri na qual representantes de nações árabes e europeias, além do Brasil, pediram o fim da guerra.
“A muito curto prazo, para deter esta guerra que já não faz sentido, e permitir que a ajuda humanitária chegue de maneira massiva, sem obstáculos, de forma neutra, para que Israel não decida quem pode comer e quem não pode, (…) devemos considerar sanções”, disse o ministro espanhol à imprensa.
‘Vergonhoso e covarde’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de “vergonhoso e covarde” o ataque aéreo de Israel contra a Faixa de Gaza que matou os filhos da médica Alaa Al-Najjar.
“Esse episódio simboliza, em todas as suas dimensões, a crueldade e desumanidade de um conflito que opõe um estado fortemente armado contra a população civil indefesa, vitimando diariamente mulheres e crianças inocentes”, disse o presidente em suas redes sociais.
Para Lula, os ataques letais de Israel contra Gaza, que classificou novamente como um “genocídio”, já ultrapassou todos os limites. “Já não se trata de direito de defesa, combater o terrorismo ou buscar a libertação dos reféns em poder do Hamas”, escreveu o presidente.
“O que vemos em Gaza hoje é vingança. O único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de vida com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”, concluiu.
*Com AFP.