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MEMÓRIA

Mais um bom combatente, que deixa muitas saudades

O militante comunista Carlos Manoel Pestana de Magalhães (1932-2025) partiu na última quarta-feira (28)

30.maio.2025 às 21h34
Porto Alegre (RS)
José Alfredo dos Santos Abrão
Mais um bom combatente, que deixa muitas saudades

Carlos Manoel Pestana de Magalhães, gaúcho de Porto Alegre, atuou na clandestinidade durante a ditadura militar - Foto: Arquivo pessoal

Esse sujeito pacato, sereno, elegante, que raramente saía do tom, militou pela revolução comunista nos anos 1960, na era das utopias. Seu nome é Carlos Manoel Pestana de Magalhães, gaúcho de Porto Alegre, advogado, nascido numa família tradicional de profissionais liberais. Ele atuou na clandestinidade – e passou quase toda a década de 1970 como ‘desaparecido’, vivendo com outro nome, na zona norte do Rio de Janeiro.   

Sua militância no PCB começou cedo, ainda estudante, no Colégio Júlio de Castilhos, nos anos 1950. Mais tarde, quando cursava a Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Carlos Manoel se casaria com a socióloga Eva Terezinha Garcia, com quem teria três filhos – Luís Carlos, Sérgio e Vladimir. Já naquela época, se tornaria um intelectual orgânico – centrando sua formação em estudos de história e política. Em 1962, seguindo lideranças nacionais como João Amazonas, Maurício Grabois e Pedro Pomar, Carlos Manoel se filia ao PCdoB.

No começo dos anos 1970, quando a ditadura aumenta a pressão, perseguindo sistematicamente os militantes de esquerda, Carlos Manoel seria preso e torturado no DOI-Codi, em São Paulo. Mas acabaria sendo solto por ‘insuficiência de provas’ sobre sua militância comunista. E em plena clandestinidade, ao longo da década de 1970, seria um dos secretários do Comitê Central do PCdoB, sob o comando de Pedro Pomar.

Separado de Eva, Carlos Manoel só vai reencontrar seus filhos no final dos anos 1970, em São Paulo. Monta um escritório de advocacia na avenida Paulista e retoma sua militância política, já no período da anistia. A partir dos anos 1980, com a redemocratização do país, Carlos Manoel terá uma vida mais estável.

Ele se casa com a médica Joana D’Arc Vieira Neto, com quem tem mais dois filhos – Clea e João Carlos. E se dedica a uma nova paixão, muito intensa, talvez atávica: velejar. Sua velhice seria a mais plena, não fosse a doença neurológica que o afasta do direito, da política, e de quase tudo o que mais amava. 

Vale a pena lembrar dois momentos interessantes, a partir de dois presentes muito simbólicos, dados por ele: um livro e um aparelho. O livro era Manifesto do Partido Comunista, que deu a sua sobrinha Vera Sylvia Magalhães. A partir dessa influência, Vera Sylvia, codinome Dadá, se tornaria uma das guerrilheiras mais emblemáticas de nossa história política.

Já o aparelho foi um presente de Natal, dado a seus filhos no final dos anos 1970: era um microscópio… Esse instrumento deixaria os três meninos muito intrigados, ainda mais quando leram a dedicatória: ‘para vocês aprenderem a ver as coisas em profundidade’.

Também é de se lembrar uma pessoa especial em sua vida, a cuidadora que o amparou por tantos anos, em meio às neblinas do mal de Alzheimer: Aparecida de Assis, a Cida. Uma alma generosa, por quem a família tem a maior gratidão.   

A vida toda, Carlos Manoel foi um estudioso da história dos movimentos sociais, e um leitor em profundidade – dedicado, sobretudo a revolucionários como Marx, Engels e Lenin. Jamais abandonou suas convicções políticas, nunca renunciou ao método marxista, nem àquela esperança perene, que fundamentava seu sonho por uma nova sociedade: menos desigual, mais justa, muito mais fraterna.

*José Alfredo dos Santos Abrão é publicitário e escritor.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

Editado por: Katia Marko
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