Organizações de direitos humanos em El Salvador denunciaram que pelo menos 415 pessoas morreram sob a custódia de agentes de segurança do Estado no contexto do estado de emergência, que está em vigor no país centro-americano há mais de três anos.
Nesse período, foram registradas mais de 85.900 prisões de supostos membros de gangues e pessoas supostamente ligadas a essas estruturas.
“Temos mais de 415 casos de pessoas assassinadas pelas mãos do Estado”, disse Alejandro Díaz, da organização de direitos humanos Tutela Legal ‘María Julia Hernández’, que explicou que o número “é uma estimativa” das ONGs com base nos relatórios dos casos.
De acordo com o representante da organização, a medida se tornou uma “política de segurança que tem violado os direitos humanos nos últimos anos”.
Estado de emergência
O estado de emergência suspende garantias constitucionais, como o direito de defesa dos detidos, a inviolabilidade das telecomunicações e a detenção administrativa máxima de três dias, que agora é de 15 dias.
Os defensores dos direitos humanos alertam que nesse período foram registradas graves violações e crimes internacionais, como desaparecimentos de curta duração, desaparecimentos forçados e tortura.
Eles também argumentam que o estado de emergência não se destina a garantir a segurança, mas a exercer controle social sobre todas as vozes que não concordam com o discurso do presidente Nayib Bukele e pedem à comunidade internacional que preste mais atenção ao que está acontecendo em El Salvador.
Neste ano, o presidente Bukele passou a oferecer aos Estados Unidos a possibilidade de prender imigrantes em situação irregular no Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot) de El Salvador, megaprisão de segurança máxima com capacidade para 40 mil detentos, inaugurada em 2022.
*Com Telesur