Uma pesquisa indica que 47% dos israelenses apoia o assassinato de todos os palestinos – homens, mulheres e crianças – na Faixa de Gaza. Feita durante o mês de março e encomendada pelo jornal Haaretz, a investigação que ouviu mais de mil pessoas também mostrou que 82% dos cidadãos de Israel apoiam a continuidade da limpeza étnica, com a expulsão de todos os palestinos de suas terras.
Além disso, 56% dos judeus israelenses também querem a expulsão de todos os palestinos que residam no território de Israel – entre os com menos de 40 anos, a porcentagem sobe para 66%. A pesquisa foi coordenada pelo acadêmico israelense Tamir Sorek, professor da universidade da Pensilvânia, nos EUA para entender o que pensam os israelenses sobre tópicos usualmente evitados por pesquisas.
Segundo os dados divulgados pelo Haaretz, a religiosidade teve um papel importante nas respostas: quanto mais religioso era o entrevistado, mais chances ele tinha de apoiar a limpeza étnica e morte de palestinos, com base em textos do Primeiro Testamento. Sorek apontou que alguns líderes religiosos incentivaram os discursos violentos de limpeza étnica contra o povo palestino, o que fez com que “em Israel, chamados para o genocídio migraram dos discursos marginais para os principais”.
Como exemplo, mencionou Yitzchak Ginsburgh, líder influente na Cisjordânia. Segundo Sorek, Ginsburgh, durante seus discursos, incentiva a eliminação de palestinos de Israel e o estabelecimento de uma monarquia teocrática em Israel.
O genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza desde outubro de 2023 já matou mais de 54.660 palestinos, cerca de 70% deles, mulheres e crianças. Todos os mais de dois milhões de habitantes de Gaza sofrem de desnutrição crônica, resultado do uso da fome como arma israelense.
*Com The Hareetz e Geopolitical Economy