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61 anos

OLP chega aos 61 anos com passado de luta e futuro incerto na defesa dos palestinos

De guerrilha à diplomacia, conheça a trajetória da principal entidade palestina

08.jun.2025 às 15h35
São Paulo (SP)
Mohammed Nadir
OLP chega aos 61 anos com passado de luta e futuro incerto na defesa dos palestinos

Yasser Arafat, o "pai da pátria palestina" em 1970 - AFP

A Organização para a Libertação da Palestina (em árabe, Munaddamat al-taḥrir ʾal-filasṭīniyya, OLP) é uma organização política e militar do povo palestino, criada em 28 de maio de 1964 em Jerusalém. A OLP é composta por várias organizações palestinas, incluindo o Fatah, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (DFLP). A OLP se tornou intrinsecamente ligada à figura de Yasser Arafat a partir de 1969.

O movimento foi imaginado como consequência da derrota dos palestinos em 1948 (Nakba). As centenas de milhares de refugiados, a anexação por Israel de parte dos territórios fornecidos pelas Nações Unidas para o Estado palestino, a anexação da Cisjordânia pelo rei Hussein da Jordânia. Apenas a Faixa de Gaza, sob controle egípcio, mantém sua autonomia. O Alto Comitê Árabe (HCA), que liderou as lutas nacionais palestinas nas décadas de 1930 e 1940, foi significativamente enfraquecido.

Todavia foi nos anos 1960 e sob a liderança de Ahmed Choukairy e membros da Liga Árabe, em particular o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, para criar instituições que representassem os palestinos, que começou a surgir a necessidade de uma entidade política capaz de aglutinar todos os palestinos. Em 28 de maio de 1964, o 1º Congresso Nacional Palestino reuniu 350 delegados palestinos e representantes da Liga Árabe.

Desde a sua criação, a OLP, que inclui instituições políticas, apresentou-se como um movimento de resistência armada que representa palestinos. Em 22 de novembro de 1974, a Assembleia Geral das Nações Unidas concedeu-lhe o status de observador. O desastre dos exércitos árabes durante a Guerra dos Seis Dias de 1967 transformou o movimento em uma organização guerrilheira palestina sobretudo com a chegada de Yasser Arafat, que o liderou de 1969 até sua morte em 11 de novembro de 2004. No plano político, o Fatah tornou-se a facção majoritária palestina e orientou a OLP para um projeto nacionalista palestino, em detrimento da unidade do mundo árabe inicialmente desejada por Nasser. O Exército de Libertação da Palestina, a ala militar da OLP, foi construído inspirado no exemplo argelino.

Em 1974, a OLP foi admitida nas Nações Unidas como membro observador e reconhecida como “o único e legítimo representante do povo palestino”. Em 13 de novembro do mesmo ano, Yasser Arafat fez um discurso histórico na Assembleia Geral das Nações Unidas no qual expressou claramente o objetivo da OLP: a criação de um Estado democrático na Palestina onde cristãos, judeus e muçulmanos pudessem viver em justiça, igualdade e fraternidade.

Com o apoio dos países do Terceiro Mundo (a maioria dos Estados ocidentais se abstém, enquanto Israel e os Estados Unidos se opõem), a ONU reconhece o direito do povo palestino à “soberania e independência nacional”.

A OLP e o seu caminho difícil

A história da OLP não foi linear nem estática, ela passou por várias fases: uma da luta armada, estabelecendo uma rede internacional de células guerrilheiras e efetuando ataques contra alvos israelenses. Os objetivos eram tornar a causa palestina conhecida internacionalmente, interromper o tráfego aéreo e marítimo de Israel, interromper o turismo e a economia israelense e prejudicar sua imagem como um país forte e vencedor.

Após anos de luta militar e resistência contra a máquina esmagadora de Israel, nomeadamente na batalha de Al-Karama em 20 de março de 1968 ou no setembro negro de 1970 quando o rei Hussein da Jordânia, um aliado dos Estados Unidos, mandou esmagar de surpresa os campos da OLP na Jordânia, o que constitui um revés aos fida´yyin palestinos, a OLP foi ganhando alguns trunfos tais como receber o status de observador nas Nações Unidas em 1974, fato que levou a uma mudança de estratégia da OLP que começou a deixar de lado a ação militar em favor da diplomacia e da política.

Todavia os confrontos entre palestinos e Israel não pararam, mas apenas mudaram de palco, nomeadamente no Líbano, que iria se comprometer até hoje com a causa palestina e pagar um preço caro, sobretudo com a invasão do exército israelense ao sul do Líbano em 1978 para desalojar os combatentes da OLP. Em junho de 1982, o primeiro-ministro Menachem Begin e seu ministro da Defesa, Ariel Sharon, lançaram uma invasão em larga escala contra o Líbano, desta vez em “retaliação” aos ataques da OLP.

Após várias semanas de cerco a Beirute, um acordo levou à evacuação dos combatentes palestinos. A guerra deixou 20 mil libaneses e palestinos mortos, incluindo muitos civis. Este conflito foi marcado em particular pelo massacre de Sabra e Shatila cometido por milícias cristãs aliadas a Tel Aviv durante a ocupação de Beirute, que causou entre 2 mil e 3,5 mil vítimas, coisa que marcou o inconsciente dos refugiados palestinos e acirrou a guerra civil e comunitária no Líbano.

O estabelecimento então da OLP na Tunísia foi tido como uma nova odisseia da organização palestina que mesmo estando longe sofreria ataques da Mossad que, em 1985, ordenou uma operação à sede da OLP em Túnis causando a morte de 50 palestinos e 18 tunisianos. Três anos depois, novamente Israel ataca, assassinando o vice de Yasser Arafat, Khalil al-Wazir. Na década de 1980, a OLP passaria por mutações profundas, uma delas o impacto da primeira Intifada (1987-1993) que deu novo fôlego internacional à causa palestina, recolocando-a na cena internacional como uma das últimas guerras de libertação no mundo.

Mas o passo político mais ousado da OLP foi no final da década de 1980, quando a proclamação na capital argelina do Estado de Palestina, em 1988, e a abertura de discussões com Israel que marcou um ponto de virada para esta organização. Em 1988, a OLP aceitou as Resoluções 242 e 338 da ONU como base para uma conferência internacional que permitiria à Palestina obter a autodeterminação, com a rejeição da luta armada como meio de ação e o reconhecimento do Estado de Israel. Em 15 de dezembro de 1988, a Assembleia Geral das Nações Unidas tomou nota da declaração de independência e reconheceu o direito do povo palestino de exercer soberania sobre seu território. No entanto, Israel reagiu de forma muito negativa à proclamação do Estado palestino.

O contexto internacional – fim do bloco soviético, queda de Muro de Berlim e guerra do Golfo -, conduziu a comunidade internacional a buscar uma solução política a questão palestina, o que veio abrir caminho às negociações de Oslo nos anos 1990. Pela primeira vez a OLP e Israel negociaram frente a frente, embora assimetricamente, uma solução pacífica.

A OLP deu quase tudo e nada recebeu, além de uma Autoridade Palestina numa Cisjordânia dividida em áreas A, B e C, para criar um Estado palestino, mas que a construção pelo governo israelense, em 2002, de uma muralha de separação que não respeitava os acordos enterrou a viabilidade. Por outro lado, os acordos não mencionavam o direito de regresso dos refugiados palestinos e nem o estatuto de Jerusalém Oriental.

Se os acordos de Oslo levaram ao reconhecimento de Israel da legitimidade da OLP foi um desenvolvimento significativo, os resultados foram aquém daquilo que foi sonhado pelos palestinos durante gerações. Para muito a OLP pecou e não soube estar à altura do momento histórico, coisa que acabou por enfraquecer o prestígio da OLP e encorajou o surgimento de novas organizações. Eis que surge o Hamas (1987) como o contraponto da OLP e que canalizaria as contestações palestinas contra a OLP e seu establishment.

Desde a morte de Yasser Arafat, seu ex-primeiro-ministro Mahmoud Abbas tornou-se seu sucessor à frente da OLP e da Autoridade Palestina. O plano de retirada da Faixa de Gaza, adotado e implementado unilateralmente pelo governo israelense de Ariel Sharon sem consultar a Autoridade Palestina, permitiu ao Hamas apresentar a retirada dos colonos e do exército israelense realizada em setembro de 2005 como uma vitória de sua “resistência islâmica” e consolidar sua popularidade. O que levou eles a vencer as eleições parlamentares de 2006 e assumir o controle da Faixa de Gaza em 2007.

Após a morte em 2020 de Saeb Erekat, o negociador-chefe dos palestinos, e a renúncia de Hanan Ashrawi, seu porta-voz, a OLP pediu um rejuvenescimento da liderança palestina. De fato, desde os Acordos de Oslo, o presidente Mahmoud Abbas continuou seu mandato, que deveria ter terminado em 2009. Além disso, todas as instituições palestinas, envelhecidas, foram denunciadas por falta de legitimidade e representatividade, mas as muitas divisões dentro da OLP não conseguiram encontrar um acordo político.

A OLP é hoje desafiada por uma nova geração de ativistas que a acusam de corrupção e colaboração com Israel em detrimento da luta pela libertação nacional. Parece particularmente impotente durante o massacre de 2023-2024 em Gaza. Organizações de esquerda da OLP, como o Partido do Povo Palestino e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina, bem como os apoiadores de Marwan Barghouti no Fatah, estão pressionando por uma unidade nacional capaz de alavancar de novo a causa palestina para um novo horizonte.

* Mohammed Nadir é Coordenador do Laboratório de Estudos Árabes da Universidade Federal do ABC (UFABC) e Coordenador do GT África no Observatório de Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (OPEB-UFABC).

**Este é um texto de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
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