Nesta quarta-feira (11), os enfermeiros da rede pública do Distrito Federal paralisam as atividades por 12 horas, das 7h às 19h, em protesto por melhores condições de trabalho, isonomia salarial e reestruturação do plano de carreira. A mobilização incluirá um ato público em frente ao Palácio do Buriti, a partir das 9h, com a participação de profissionais da enfermagem, estudantes, parlamentares e movimentos sociais.
O Sindicato dos Enfermeiros do DF (SindEnfermeiro-DF) denuncia o déficit de mais de 1.800 profissionais na rede pública, além da falta crônica de insumos e da precariedade das estruturas hospitalares. Dados divulgados pela categoria aponta que o Hospital Regional de Ceilândia (HRC) opera com 146 enfermeiros a menos, enquanto o Hospital de Sobradinho (HRS) enfrenta um déficit de 44% na equipe. No Hospital Regional do Paranoá, que atende cerca de 350 mil famílias, faltam 49,5% dos profissionais necessários.
A sobrecarga de trabalho, somada à escassez de materiais e à cobrança por metas mesmo em condições adversas, tem agravado o cenário. De acordo com o presidente do SindEnfermeiro-DF, Jorge Henrique de Sousa, há hospitais operando com metade da equipe de enfermagem e profissionais realizando jornadas dobradas. “Não há valorização possível diante de tanta sobrecarga e adoecimento”, afirmou.
A categoria também alerta para o crescimento de casos de violência institucional e assédio moral, exigindo ações urgentes do governo.
De acordo com informações da Secretaria de Saúde, os profissionais de enfermagem constituem a principal força de trabalho da Atenção Básica no Distrito Federal. Somente em 2024, enfermeiros e enfermeiras realizaram mais de 2,1 milhões de atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), além de responderem por mais de 4 mil inserções de Dispositivo Intrauterino (DIU) e 5.700 partos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
