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violência policial

Escolas sitiadas: a violência urbana como política de exclusão educacional no Rio de Janeiro

Certos territórios, assim como os corpos que os habitam, são menos merecedores de proteção

11.jun.2025 às 10h21
Rio de Janeiro (RJ)
Dani Balbi* e Hugo Silva**

46% das escolas públicas da região metropolitana do Rio registraram episódios de tiroteio em suas proximidades - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

No Rio de Janeiro, a violência deixou de ser um fator externo ao cotidiano escolar para se tornar parte da experiência educacional. Ela não acontece à margem da escola, mas dentro dela, mesmo que os tiros ainda estejam do lado de fora. Um estudo recente do Instituto Fogo Cruzado, com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), revelou que 46% das escolas públicas da região metropolitana do Rio registraram episódios de tiroteio em suas proximidades. Isso significa que quase metade das crianças e adolescentes matriculados na rede pública vive o cotidiano escolar sob ameaça de balas perdidas, operações policiais e confrontos armados.

Essa realidade não é apenas um reflexo da insegurança pública, mas a expressão de um projeto de Estado que opta por administrar a barbárie em vez de garantir direitos. O que se normaliza, no fundo, é a ideia de que certos territórios, assim como os corpos que os habitam, são menos merecedores de proteção, de investimento, de permanência. A escola pública nas periferias do Rio se tornou um campo de batalha onde o direito à educação disputa espaço com a lógica da guerra.

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É nesse cenário que a evasão escolar se instala, silenciosa e contínua. Não por desinteresse dos estudantes, mas por medo, luto, deslocamento forçado e esgotamento emocional. A insegurança territorial gera faltas, as faltas viram defasagem, a defasagem vira abandono. É um processo em cadeia que mina a escola pública como projeto civilizatório. Estamos falando de jovens que faltam às aulas porque houve operação na porta de casa, de professores que ensinam com o barulho de tiros ao fundo, de mães que escolhem entre garantir o direito à educação ou manter o filho vivo.

Isso não é escolha: é violência política travestida de omissão. É projeto!

Não é possível falar de políticas educacionais sérias sem enfrentar a lógica militarizada que domina a gestão da segurança pública no estado. A presença ostensiva da polícia nos territórios populares, muitas vezes guiada por estigmas raciais e por estratégias de confronto, torna a escola refém de uma guerra que não começou ali, mas que ali explode. Mais do que proteção, o que se impõe é o cerco. E não se aprende sob cerco.

O que fazer diante desse cenário?

A resposta não é simples, mas ela começa pela recusa da naturalização. A escola precisa ser reconhecida como território de paz, de política e de reparação histórica. Para isso, é urgente o mapeamento público e transparente da violência escolar.

Tornar públicos os dados de ocorrências armadas nas imediações das escolas e seus impactos diretos nas atividades escolares, com georreferenciamento e atualização constante, permitindo planejamento territorial sensível à realidade, a ativação de protocolos articulados entre educação, segurança, saúde e assistência social, que prevejam rotas seguras, mecanismos de alerta, suspensão de operações em horários escolares e acolhimento e suspensão imediata de operações policiais nos horários de entrada e saída das escolas.

Nenhuma política de segurança pode ser razoável se coloca crianças e adolescentes em risco para manter supostos índices de combate ao crime.

Um novo projeto de país começa na escola e a luta por escolas seguras passa pela disputa da cidade como um todo. Pela recusa de um modelo de desenvolvimento que concentra riquezas e militariza a pobreza. Pela valorização da escola como espaço estratégico de justiça social. E pelo compromisso inegociável de que toda criança, em qualquer território, tem o direito de estudar em paz.

Não se trata de “proteger a escola da violência”. Trata-se de reconhecer que a violência é parte de um projeto mais amplo, que precisa ser derrotado com política, com investimento, com coragem institucional e com organização popular. A educação não pode ser interrompida por tiros. E o futuro não pode ser suspenso por medo.

*Dani Balbi é deputada estadual pelo PCdoB no Rio de Janeiro;

**Hugo Silva é presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.

***Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

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