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RELAÇÃO CONTROVERSA

Apesar de críticas do governo, petróleo brasileiro abastece tanques e aviões de Israel para atacar palestinos e iranianos

Rompimento comercial afetaria mais Israel do que o Brasil, mas impacto político seria maior

16.jun.2025 às 17h47
Brasília (DF)
Leonardo Fernandes
Apesar de críticas do governo, petróleo brasileiro abastece tanques e aviões de Israel para atacar palestinos e iranianos

O Regime israelense já matou mais de 55 mil palestinos em Gaza, a maioria crianças e mulheres. Foto: Jack Guez/AFP

Embora o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tenha feito declarações duras contra o genocídio israelense em Gaza, pouco se fez na direção de cortar a venda de produtos brasileiros que servem para atacar a população civil palestina e, mais recentemente, a iraniana. Dentre eles, o principal é o petróleo, usado em tanques e aviões israelenses, mas não o único.

“Genocídio premeditado”, disse Lula, ao qualificar a situação no território palestino, durante viagem à França. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, confirmou na semana passada a parlamentares que o Brasil está revisando os acordos com Israel, sobretudo em matéria militar, mas descartou, a princípio, o rompimento das relações diplomáticas e comerciais com Estado sionista, sob a justificativa de que a medida poderia prejudicar brasileiros que residem no país.

Bruno Huberman, professor de Relações Internacionais da PUC-SP, refuta esse argumento, embora reconheça que a assistência consular à população brasileira em Israel seria, de fato, um dos principais desafios. No entanto, sugere soluções práticas.

“Os brasileiros que normalmente utilizam serviços consulares em Tel Aviv poderiam passar a utilizar os serviços consulares destinados à embaixada brasileira para a Palestina”, disse o professor, lembrando que o Brasil já oferece serviços consulares em Ramallah, na Cisjordânia ocupada. “Se você tem serviços consulares em Ramallah e em Jerusalém oriental, que permite o fácil acesso para a população brasileira que mora no território, formalmente conhecido como Israel, penso que seria uma boa alternativa”, avalia Huberman.

Outro analista político e professor de relações internacionais, Bruno Lima Rocha acredita que a resistência do governo brasileiro em romper relações com o regime sionista, está relacionado à política doméstica.

“Ao contrário de outros momentos, como nas invasões do Líbano em 1982 e em 1985, na Guerra dos Seis Dias [1967], na guerra do Yom Kippur [1973], guerras árabes-israelenses ou de Israel contra o povo palestino, não havia no Brasil a combinação de regime democrático e base eleitoral sionista que agora tem. A bancada evangélica da Câmara, assim como a extrema direita ocidental no mundo hoje, é 100% pró-Israel. É uma nova configuração da extrema direita”, avalia Lima Rocha.

Ele considera que a postura brasileira é parecida com a posição dúbia de diversos países árabes que, nas últimas décadas, fortaleceram suas relações, sobretudo comerciais, com a entidade sionista. “Lula está fazendo exatamente o que os governos árabes e muçulmanos fazem. Como é que nós vamos cobrar de um governo civil ocidental latino-americano uma postura mais dura que a dos países árabes e muçulmanos?”, questiona o professor, que defende o rompimento das relações entre Brasil e Israel, pela dimensão moral de romper com um Estado genocida. Mas entende que o governo poderia tentar ao menos um congelamento, considerando sua posição declaratória.

Por sua vez, a sociedade civil organizada em movimentos populares, partidos políticos e coletivos de intelectuais, artistas e acadêmicos, pedem que o governo federal adote medidas de pressão para que Israel parece com o genocídio palestino. Entre elas, o cancelamento do comércio, sobretudo de petróleo, além do boicote aos produtos israelenses. Neste domingo (15), atos por todo o país pediram que o governo do presidente Lula rompa relações com o regime sionista.

Mas de que comércio estamos falando?


De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2024, o Brasil foi o 12º maior parceiro comercial de Israel, representando 2,1% do comércio do regime sionista, e o 2º maior parceiro do continente americano, perdendo apenas para os Estados Unidos.

No mesmo ano, o Brasil exportou a Israel US$ 725,1 milhões (quase R$ 4 bi) em produtos, alta de 9,5% em relação a 2023, e importou US$ 1.150,8 milhões (R$ 6,3 bi), queda de 14,9% em relação ao ano anterior. Mesmo com a redução no volume de importações e o aumento nas exportações, a relação comercial com Israel é historicamente deficitária para o Brasil, ficando em US$ 425,7 milhões (R$ 2,3 bi) o déficit comercial em 2024.

Balança comercial Brasil-Israel 2024. Fonte: MDCI

O principal produto exportado do Brasil ao regime israelense em 2024 foi o petróleo, que representou 30% do total das exportações brasileiras a Israel em 2024. Seguido da carne bovina (23%) e da soja (11%).

Exportações brasileiras a Israel. Fonte: MDCI

Por sua vez, Israel exporta ao Brasil agrotóxicos, adubos e fertilizantes químicos, que juntos, somam cerca de 44% das importações brasileiras desse país, além de aeronaves e componentes de aeronaves, que totalizaram 4,8% das exportações israelenses ao Brasil.

Importações brasileiras provenientes de Israel. Fonte: MDCI

Os dados referentes ao período de janeiro a maio de 2025 confirmam a tendência de déficit, com um saldo negativo de US$ 308 milhões de dólares para o Brasil. Nesse período, as exportações brasileiras a Israel alcançaram os US$ 219 milhões de dólares, enquanto as importações somaram US$ 528 milhões.

Para a economista Diana Chaib, rompimentos comerciais sempre têm consequências econômicas, no entanto, os impactos variam conforme a dependência entre os países. “Israel é um parceiro importante, mas não central. Em 2024, ele representou apenas 0,4% das exportações totais brasileiras. Ou seja, o comércio com Israel é muito pequeno em termos proporcionais, e seu rompimento teria impacto limitado sobre a economia brasileira como um todo”, destaca Chaib, considerando ainda que o Brasil teria condições de buscar outros mercados para os produtos exportados a Israel, com relativa facilidade.

Já do lado israelense, acrescenta Chaib, “o Brasil foi o 12º maior parceiro comercial, com destaque para commodities essenciais como petróleo e alimentos. Isso indica uma dependência maior de Israel em relação a certas importações brasileiras”, avalia.

“O ponto que a gente precisa considerar é que o impacto direto seria mais político do que macroeconômico. Romper relações enviaria uma mensagem diplomática forte, alinhada aos princípios de direitos humanos e à pressão internacional por cessar-fogo. É uma decisão que ultrapassa a análise econômica tradicional, porque envolve valores, soberania e posicionamento geopolítico do Brasil no cenário internacional”, destaca a economista.

Cooperação militar


Além do comércio, o Brasil possui acordos de cooperação militar com o regime israelense. Em abril de 2022, o Congresso Nacional aprovou o Decreto Legislativo nº 12, ratificando o acordo realizado entre o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governo do Estado de Israel sobre cooperação em questões relacionadas à Defesa, assinado em Jerusalém, em 31 de março de 2019.

O acordo prevê a colaboração mútua em matéria de cumprimento das leis contra o crime organizado e outros crimes severos, prevenção de ilícitos, investigação e inteligência policial, segurança cidadã, deveres policiais especializados, inteligência policial, segurança no uso da tecnologia da informação e comunicações, entre outras.

Outras parcerias foram firmadas pelo ex-presidente Bolsonaro com Israel, entre eles, acordo para cooperação em segurança pública, prevenção e combate ao crime organizado, proteção de informações classificadas, intercâmbio de dados pessoais de seus cidadãos, e outro para a cooperação mútua em serviços aéreos, que permite, por exemplo, que empresas aéreas dos dois países possam sobrevoar o espaço aéreo sem pousar.

A reportagem entrou em contato com os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores e os questionou sobre o status desses acordos e da relação entre os dois países. O Itamaraty se limitou a enviar o link com a relação de acordos firmados, sem responder aos demais questionamentos. O Ministério da Defesa não retornou.

Diplomacia estremecida


Em maio de 2024, o presidente Lula removeu o embaixador Frederico Meyer de Tel Aviv. A decisão ocorreu após o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, ter declarado o chefe de Estado brasileiro persona non grata em Israel.

A crise diplomática começou após o presidente Lula fazer declarações públicas contra as operações militares de Israel em Gaza, comparando-as às barbaridades realizadas pelo governo de Adolf Hitler na Alemanha nazista. Em seguida, o chanceler israelense levou o embaixador brasileiro a um evento no Museu do Holocausto, sem aviso prévio, na qual, em hebraico, fez críticas ao presidente brasileiro, provocando um constrangimento público ao diplomata do Brasil.

O chanceler israelense, Israel Katz, ao lado do ex-embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, em visita ao Museu do Holocausto, em 19 de fevereiro de 2024. Ação foi considerada um constrangimento público à diplomacia brasileira. Foto: Ahmad Gharabli/AFP

Desde então, Meyer foi transferido para o cargo de representante do Brasil na Conferência do Desarmamento, em Genebra, enquanto a representação diplomática em Israel segue sem embaixador. Em conversa com parlamentares na quarta-feira (11), o ex-ministro Celso Amorim qualificou a retirada de Meyer de Tel Aviv como uma mensagem “dramática” do ponto de vista diplomático.

Editado por: Rodrigo Durão Coelho
Tags: brasilgazaisraelpalestina
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