Os altos índices de violência policial no Rio Grande do Sul fizeram a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa pedir explicações ao comando da Brigada Militar. Foi solicitada à corporação uma reunião com o corregedor-geral. A intenção é cobrar explicações, buscar providências e interromper os abusos cometidos durante abordagens.
Somente nos últimos dias, três casos geraram repercussão na mídia e comoção da sociedade gaúcha. Em Santa Maria, na região central do RS, um agricultor de 53 anos foi morto dentro do próprio galpão por supostamente cortar lenha sem autorização.

Em Guaíba, na região Metropolitana, um homem está em coma após ser imobilizado com um golpe “mata-leão”, aplicado durante uma abordagem. Também causou forte reação a divulgação de um vídeo em que um homem imobilizado é morto a tiros por um policial militar. O crime ocorreu em março de 2025, na cidade de Bom Jesus, região dos campos de cima da serra. À época, foi alegado que o jovem de 19 anos havia sido baleado por reagir com uma faca à abordagem.
Para o presidente da comissão, o deputado estadual Adão Pretto Filho (PT), esse padrão de violência não pode ser tratado como exceção. “Não é legítima defesa quando a pessoa está rendida. A Brigada precisa proteger vidas, não tirar”, afirmou.

Nesta quinta-feira (10), foi confirmada a troca no comando da corregedoria da Brigada Militar do RS, com a saída do coronel Vladimir da Rosa, para a entrada do coronel Rodrigo Assis Brasil Ramos Aro. Mesmo diante da troca no comando, o presidente da CCDH acredita que será necessário manter a cobrança e diminuir os casos de violência policial – especialmente da Brigada Militar no Rio Grande do Sul.
“A comissão quer investigações sérias, transparência e punições à altura. Não vamos aceitar versões oficiais que tentam normalizar a morte de quem já está imobilizado. Segurança Pública tem que respeitar o direito mais básico de todos: o de viver”, concluiu Pretto Filho.
