Dois anúncios marcam o avanço da reconstrução nas cidades gaúchas atingidas pelas enchentes de 2024. A Prefeitura de Nova Santa Rita confirmou a liberação de R$ 22,5 milhões do governo federal para moradias, enquanto Canoas deu início ao maior empreendimento habitacional da nova fase do programa Minha Casa, Minha Vida no Brasil, com a construção de 1,5 mil casas.
Nova Santa Rita: “Esperança da nossa população”
O prefeito de Nova Santa Rita, Rodrigo Battistella, anunciou a liberação de R$ 22,5 milhões, repassados pela Secretaria Extraordinária da Reconstrução, para a construção de moradias destinadas às famílias que perderam suas casas nas enchentes de maio. O investimento será distribuído entre duas modalidades: o programa Compra Assistida, que contempla 76 famílias com imóveis de até R$ 200 mil; e a construção de 50 novas unidades habitacionais, que receberão aporte de R$ 7,5 milhões.
As novas moradias serão erguidas em três regiões distintas da cidade – bairros Califórnia, Caju e Centro –, com cerca de 15 a 17 unidades em cada área. O projeto executivo já está em fase final, com previsão de publicação do edital de licitação e contratação da empresa responsável pelas obras nos próximos 60 dias.
O recurso será usado para a construção de novas unidades habitacionais, garantindo dignidade e segurança às famílias desabrigadas. “Estamos reconstruindo não só casas, mas a esperança da nossa população. Esse apoio do governo federal é fundamental para que Nova Santa Rita volte a crescer com mais justiça social e qualidade de vida”, destacou o prefeito.
O secretário de Apoio à Reconstrução do RS, Maneco Hassen, reforçou o compromisso da União com os municípios mais afetados: “A cidade de Nova Santa Rita tem mostrado liderança e eficiência. O governo federal reconhece isso e está presente para somar na reconstrução do Rio Grande do Sul”.
Canoas: o maior projeto habitacional do Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução
Em Canoas, a prefeitura assinou, na quinta-feira (10), ao lado da União e da construtora Alea, a autorização para iniciar a construção de 1,5 mil novas casas, com investimento de R$ 300 milhões financiados pela Caixa Econômica Federal. O projeto integra o programa Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução e é atualmente o maior empreendimento do tipo no Brasil.
O prefeito Airton Souza destacou que o projeto representa um marco para a recuperação da cidade. “Essa obra leva esperança de uma vida nova a cerca de 5 mil pessoas. É resultado da união de forças e do esforço coletivo por uma Canoas mais justa e segura”, disse.
As moradias serão construídas no bairro Brigadeira, em um terreno de 50 hectares próximo à Refinaria Alberto Pasqualini. O projeto, batizado de Casapatio, será inteiramente composto por casas com pátio privativo, utilizando tecnologia de construção offsite, com módulos pré-moldados fabricados em Jaguariúna (SP).
Segundo o diretor de negócios da Alea, José Geraldo Rodrigues, a metodologia permitirá a produção de cada casa em apenas 36 minutos, com capacidade de montagem de até cinco unidades por dia. O modelo industrializado também traz vantagens ambientais, como menor consumo de água e emissões de CO₂, além de alta durabilidade.
O vice-prefeito Rodrigo Busato exaltou a existência de um ambiente de diálogo entre os governos e as instituições pela reestruturação do município. “O olhar de todos é por Canoas, independentemente de partido ou ideologia. Ficamos gratos pela união, pelo interesse no bem comum, em seis meses de muitos desafios, muita vontade e muito trabalho”, definiu.
O superintendente da Caixa Econômica Federal (CEF), Marcos Tavaniello, declarou que o apoio a Canoas está alinhado ao propósito de resolver os problemas das pessoas e amplia sua relevância quando trata de proporcionar “a realização do sonho de casa própria”. Ele enfatizou que o financiamento para o projeto está assegurado em sua totalidade pela União.
Mais de 3 mil moradias já confirmadas em Canoas
Com o novo projeto, a cidade soma 3,4 mil unidades habitacionais em desenvolvimento para enfrentar o déficit habitacional agravado pelas enchentes. Segundo o secretário municipal de Habitação, Fabiano Siqueira, os empreendimentos incluem: 752 apartamentos no projeto Olaria; 807 unidades (entre casas e apartamentos) no projeto Nazário e cerca de 400 unidades nos projetos Jacuí e Quero-Quero.
Além disso, há expectativa de captação de recursos para novos projetos que podem acrescentar outras 2,6 mil moradias, totalizando 6 mil unidades voltadas à reconstrução habitacional. Para Hassen, a natureza pública da Caixa Econômica Federal deve ser destacada e demonstra sua relevância em momentos de grandes demandas da sociedade. O secretário mencionou que a União irá cumprir todos os compromissos assumidos com o Rio Grande do Sul.
Como parte do evento, cinco famílias receberam simbolicamente as chaves das novas moradias obtidas pelo Compra Assistida, modalidade que também tem sido utilizada em Canoas para atender as vítimas da enchente.
*Com informações da Prefeitura Municipal de Canoas.
