A taxação de 50% imposta pelo presidente dos EUA, anunciada pelo presidente Donald Trump, não deve ser o motivo de tirar o sono do Paraná. Principalmente porque o principal parceiro comercial das exportações paranaenses é a China. A relação comercial é quatro vezes maior com o país parceiro dos BRICS do que com o país norte-americano, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do Paraná (DIEESE-PR) com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDCI).
No ano passado, as exportações paranaenses para a China totalizaram US$ 5,8 bilhões. Isso representa 24,8% das exportações do estado. Em segundo lugar, os EUA representaram US$ 1,58 bilhão. Isso representa 6,8% dos negócios. Valor não muito acima para os argentinos. O comércio do Paraná com a Argentina foi de US$ 1,2 bilhão de exportações (5,2%).
Entre os 15 principais divisões de produtos da CUCI (Classificação Uniforme do Comércio Internacional) exportados, os maiores aumentos ocorreram nos Açúcares, preparações de açúcar e mel (474,21%); Pescado (exceto mamíferos marinhos), crustáceos, moluscos e invertebrados aquáticos e suas preparações (94,50%); Produtos e preparações alimentícias diversos (57,25%); Papel, cartão e artigos de pasta de celulose, de papel ou de cartão (36,32%); Máquinas e aparelhos elétricos, diversos, suas partes e peças, n.e.p. (31,62%); e Café, chá, cacau, especiarias, e respectivos produtos (19,76%). Juntos, representaram 22,6% das exportações de 2024.

O Paraná tem se beneficiado da sua relação com a China. Segundo a Agência Estadual de Notícias, em parceria com a multinacional chinesa Linglong Tire, a brasileira XBRI Pneus está investindo US$ 1,2 bilhão (R$ 6,7 bilhões na cotação do início de junho) para a instalação de uma fábrica de última geração de pneus na cidade de Ponta Grossa, nos Campos Gerais.
“Para nós é motivo de orgulho ter uma das maiores empresas do mundo investindo aqui, em uma parceria com o grupo paranaense XBRI. Acima de tudo, porque pensa não apenas na fábrica, mas em um complexo industrial que vai consolidar o Paraná como um dos mais importantes polos automotivos do Brasil”, disse o governador Ratinho Junior (PSD) na celebração do acordo.
Aliado de Bolsonaro, Ratinho não se manifestou sobre a anistia ou sobre a taxação imposta por Trump. Ele tem motivos para isso. No mês passado, a montadora de veículos elétricos chinesa Geely desembarcou 680 veículos em Paranaguá. Na cidade, a empresa China Merchants Port (CMPort), adquiriu 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP).

Estados brasileiros ampliam relação com a China
A maioria dos estados brasileiros (quatorze) tiveram como principal destino das exportações em 2024 a China, sendo os seguintes estados: Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, e Tocantins.
No ano passado, segundo levantamento do DIEESE, as exportações para China chegaram a US$ 94,3 bilhões. Mais do que o dobro dos US$ 40,3 bilhões para os EUA.