A terceira rodada de negociações entre a Rússia e a Ucrânia sobre a solução do conflito foi realizada nesta quarta-feira (23) em Istambul, capital da Turquia. Como já era esperado, a reunião não trouxe grandes avanços para a paz. Ao fim do encontro, o chefe da delegação russa, Vladimir Medinsky, afirmou que as posições das duas partes são “bastante divergentes”.
Durante uma reunião que durou cerca de 40 minutos, as delegações dos dois países discutiram perspectivas de cessar-fogo e as propostas de ambos os lados para pôr fim ao conflito.
Em particular, o chefe da delegação ucraniana, Rustem Umerov, propôs a realização de uma reunião entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin com a participação do líder turco, Recep Tayyip Erdogan, e do presidente dos EUA, Donald Trump, antes do final de agosto.
A Ucrânia também insistiu na adoção de um cessar-fogo completo e incondicional. De acordo com a delegação ucraniana, o cessar-fogo deve incluir a interrupção completa dos ataques a instalações civis e infraestruturas críticas. Foi destacado também que o país espera progressos na libertação não apenas de prisioneiros de guerra, mas também de civis, incluindo crianças.
Outro resultado do encontro foi que as delegações russa e ucraniana concordaram em trocar pelo menos 1.200 prisioneiros de guerra de cada lado em um futuro próximo. “Propusemos transferir um número maior de prisioneiros de guerra para a Ucrânia. Se eles encontrarem os nossos, esse número será maior”, disse Medinsky.
Propostas russas
Ao comentar a proposta ucraniana sobre uma reunião entre Zelensky e Putin, o chefe da delegação russa afirmou que é necessário elaborar os termos do acordo e entender o que será discutido.
De acordo com ele, a ideia de uma reunião entre os presidentes para discutir do zero não faz sentido, pois este encontro deve acontecer com os termos já elaborados, para, então, os líderes assinarem um acordo que ponha fim ao conflito.
Além disso, Medinsky informou que a Rússia propôs o estabelecimento de pausas humanitárias curtas no conflito, adotando um cessar-fogo de 24 e 48 horas na linha de frente.
“Mais uma vez, propusemos que o país ucraniano considere o que consideramos uma questão muito importante: declarar cessar-fogo curto, de 24 a 48 horas, na linha de contato, na linha de frente, para que as equipes médicas possam resgatar os feridos e os comandantes possam recolher os corpos de seus soldados”, completou Medinsky.
Ao comentar a discussão sobre a troca de memorandos da Rússia e Ucrânia com suas propostas para terminar o conflito, Medinsky observou que as posições dos projetos entre Moscou e Kiev são muito divergentes, mas destacou que as partes concordaram em continuar os contatos.