Apesar da queda do preço da comida e dos combustíveis no país, a inflação do mês de julho deve ser maior do que a verificada em junho. Isso é o que indica a prévia do índice oficial de preços do país, divulgada nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o instituto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,33% em julho. Isso é 0,07 ponto percentual a mais do que os 0,26% apurados em junho e 0,03 ponto acima dos 0,30% apurados em julho do ano passado.
O IPCA-15 é uma prévia do índice oficial da inflação, o IPCA. Os dois são apurados com a mesma metodologia pelo IBGE, mas o IPCA-15 compara preços entre meados de um mês e meados do mês seguinte. Já o IPCA é mensal.
O IPCA-15 de julho comparou os preços coletados entre 14 de junho a 15 de julho com os vigentes entre 16 de maio a 13 de junho. No último dia 9, o presidente Donald Trump anunciou um tarifaço contra exportações brasileiras para os EUA. O IPCA-15 de julho apurou os primeiros efeitos do anúncio nos preços.
Até o fim da primeira quinzena de julho, os alimentos no Brasil ficaram mais baratos. Eles caíram 0,06%. O IPCA-15 de junho já havia apurado uma queda de 0,02%.
Contribuíram para a redução as quedas nos preços da batata-inglesa (-10,48%), da cebola (-9,08%) e do arroz (-2,69%). Por outro lado, o tomate subiu 6,39%.
Também caíram os preços dos vestuários (-0,10%) e dos artigos de casa (-0,02%).
Apesar disso, subiram os itens de habitação (0,98%) e transportes (0,67%). Os dois grupos foram os maiores responsáveis pelo aumento da prévia da inflação.
No caso da habitação, a alta está relacionada principalmente ao aumento de 3,01% na conta de luz, puxado pela instituição da bandeira tarifária vermelha patamar 1 por conta da baixa do nível dos reservatórios de água das hidrelétricas do país.
No mês de junho, a conta já havia subido 3,29%, levando a uma aumento nos custos dos itens de habitação ainda maior, de 1,08%.
No caso dos transportes, a alta foi puxada pelo aumento de 19,86% das passagens aéreas e de 14,55% do transporte por aplicativo. Essas altas ocorreram mesmo com a queda no preço dos combustíveis no Brasil. O IPCA-15 apontou redução de 0,57% em julho, com destaque para a queda de 1,12% do gás veicular e 1,09% do óleo diesel.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,40%. Já nos últimos 12 meses, ele registra alta 5,30%, acima dos 5,27% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e acima também da meta de até 4,5% definida pelo governo para 2025.