Integrantes de movimentos sociais populares, comunitários e diversas parlamentares estiveram presentes neste domingo (27) na XI Marcha das Mulheres Negras na praia de Copacabana, na zona sul da capital fluminense. Coordenada pelo Fórum Estadual de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, a mobilização atraiu caravanas de mais de 70 municípios e reuniu milhares de mulheres.
A marcha marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, celebrado desde 1992 no dia 25 de julho, e o aniversário da vereadora Marielle Franco, que completaria 46 anos no dia 27. O evento também é preparatório para a II Marcha Nacional das Mulheres Negras, que será realizada em Brasília, no dia 25 de novembro.
Ao Brasil de Fato, Clátia Vieira, representante da coordenação do Fórum, destacou a força da marcha. “É um dia histórico de muita luta e construção coletiva. O que vimos foi a força de centenas de mulheres negras ocupando as ruas e dando um recado: nossas reivindicações são legítimas e o Estado e o poder público municipal precisam nos ouvir. A Marcha é sobre garantir vida, dignidade e políticas públicas que respondam às nossas urgências”.
A deputada estadual Renata Souza, em postagem nas redes sociais, celebrou a data como um dia de luta e colocou ênfase no combate à violência obstétrica. “Hoje as mulheres em marcha pelo bem viver também lutam pela vida dos seus filhos que morrem na violência obstétrica e na bala de fuzil. Então, sigamos na luta por todas nós, por aquelas que vieram antes de nós, como Marielle Franco, minha companheira de Maré e aqui nós temos uma galera forte da Maré que está reivindicando a casa de partos”.
Já a vereadora do Rio de Janeiro Thaís Ferreira (Psol) lembrou que é preciso ir além da resistência. “Mais um ano de marcha das mulheres irmanadas na luta pelo nosso bem viver, não só pelo combate ao racismo, mas que seja também uma possibilidade para gente existir para além da resistência. Esse é o recado desse ano, que o nosso cuidado só vai ser possível quando pudermos descansar, dar colo uma para outra, celebrar as conquistas e vitórias das mulheres negras”, disse.
Além da caminhada, a marcha foi marcada por uma intensa programação cultural. Apresentações de dança, música e poesia tomaram o calçadão, enquanto artistas negras realizaram pinturas ao vivo, retratando rostos e símbolos ligados à história do movimento. O clima de manifestação se misturou com momentos de acolhimento coletivo, rodas de conversa e cânticos ancestrais que ressoaram ao longo do percurso.