Depois da estreia em São Paulo, a peça Veias Abertas 60 30 15 está em cartaz no SESC Copacabana até o dia 10 de agosto, de quinta a domingo, sempre às 20h30. O espetáculo, que comemora os 20 anos da Cia, tem direção de Marco André Nunes e texto assinado por Pedro Kosovski e Carolina Lavigne.
Inspirada no clássico do escritor uruguaio Eduardo Galeano, que retrata a exploração histórica da América Latina, o espetáculo narra a história de um casal, um militar e um funcionário da United Fruit Company, que se conhecem em aulas de dança e decidem se casar. O casamento coincide com o Massacre das Bananeiras, em 1928, na Colômbia, quando o Exército reprime uma greve dos trabalhadores da United Fruits, matando mais de 2 mil trabalhadores.
“A temporada do Rio está sendo incrível, muito bom comemorar nossos 20 anos em casa também, temos tido uma plateia interessada, muito calorosa mesmo e os últimos acontecimentos políticos , essa taxação absurda do [Donald] Trump e tudo que ela envolve deixou o espetáculo e o livro do Galeano no qual ele se inspira ainda mais atual e urgente”, disse ao Brasil de Fato o diretor Marco André Nunes.
A peça se passa em “aulas de dança” e é dividida por ritmos musicais latinos, incluindo salsa, bolero, mambo, samba e punta (ritmo hondurenho) que são tocados ao vivo pelos músicos Felipe Storino e Pedro Leal David. A trilha sonora inclui canções de artistas como Grupo Niche, La Charo, Nelson Ned, Perez Prado e Yma Sumac, com figurinos típicos e máscaras customizadas e regionais (peruanas, argentinas e brasileiras). “O espetáculo busca fortalecer, em nós brasileiros, o senso de pertencimento latino-americano”, conta Nunes.
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O nome do espetáculo se refere à duração das cenas, que vão diminuindo progressivamente de 60 segundos para 30, 15, 10 e 5 segundos, refletindo, de acordo com Nunes, “um tempo nosso que está se esgotando” e a nova “sintaxe das redes” sociais, com seus vídeos de curta duração. “É como uma timeline do continente. Tivemos essa ideia porque temos pensado muito sobre como a nossa atenção é facilmente capturada por esse scroll infinito. Nosso tempo passou a ser dominado por esse imaginário fragmentado”, completa Pedro Kosovski.
Aquela Cia. foi criada em 2005 por Marco André Nunes e Pedro Kosovski no Rio de Janeiro e é conhecida pela elaboração de uma dramaturgia inédita atravessada pelos conceitos de memória coletiva, fabulação e imaginário social, que vão desde releituras de ídolos pop, como o CD Outside do cantor David Bowie, até autores clássicos europeus como Franz Kafka. Dentre as obras mais recentes, destacam-se a “Trilogia Carioca” formada por “Cara de Cavalo” (2012), “Caranguejo Overdrive” (2015), “Guanabara Canibal” (2017) e “Chega de Saudade” (2022).
Serviço:
Veias Abertas 60 30 15 seg – Aquela Cia.
Datas: de 17 de julho e 10 de agosto, de quinta a domingo, às 20:30
Duração: 60 minutos
Classificação: 16 anos
Local: Sesc Copacabana – Mezanino
Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana – Rio de Janeiro
Ingressos: Somente na bilheteria.
R$ 10 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira)
Horário de funcionamento da bilheteria: terça a sexta – das 9h às 20h; sábados, domingos e
feriados – das 14h às 20h.