Resultados da mais recente pesquisa Datafolha, divulgados nesta sexta-feira (1º), revelam que 55% das pessoas consultadas consideram correta a imposição de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. O mesmo percentual acredita que ele pretendia deixar o Brasil antes de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
Os dados mostram ainda que 44% concordam totalmente com a imposição da tornozeleira eletrônica a Bolsonaro, e 11% concordam em parte. Por outro lado, 32% discordam totalmente e 9% discordam parcialmente, enquanto 4% não opinaram ou se declararam indiferentes.
Determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes em 18 de julho, as medidas cautelares determinam monitoramento em tempo real do ex-presidente com o uso de tornozeleira eletrônica, além de recolhimento domiciliar obrigatório entre 19h e 6h. Bolsonaro também está proibido de utilizar redes sociais, manter contato com outras pessoas investigadas no processo e aproximar-se de embaixadas estrangeiras.
As restrições foram aplicadas como parte da investigação por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A Procuradoria-Geral da República (PGR) fundamentou as medidas alegando risco de fuga do país e possibilidade de intimidação a testemunhas ou autoridades envolvidas no caso.
Poucos dias depois de ter colocado o equipamento, Jair Bolsonaro foi à Câmara dos Deputados Bolsonaro, falou com jornalistas e exibiu a tornozeleira para as câmeras. Ele chamou o recurso de “símbolo da máxima humilhação”. “Não roubei, não desviei recursos, não matei ninguém. Isso é uma covardia”, afirmou à época.
O episódio fez com que o STF pedisse explicações para a defesa do ex-presidente, que contestou a proibição de uso de redes sociais. A alegação defendia que entrevistas concedidas à imprensa “não configuram descumprimento”, mesmo que replicadas online. Moraes considerou o caso uma “irregularidade isolada” e descartou prisão preventiva, mas advertiu que novos descumprimentos terão consequências imediatas.
O Datafolha ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais nos dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou menos.