Após o recesso de meio de ano, a Câmara Municipal de Curitiba retomou os trabalhos nesta segunda-feira, 04, com foco em dois assuntos estruturais: o novo Plano Diretor e a licitação do transporte público. Além disso, vereadoras da oposição defendem que as sessões sejam mais propositivas, voltadas às necessidades da população, e com menos polêmicas para ‘aparecer nas redes sociais’. A retomada dos trabalhos contou com a presença do prefeito Eduardo Pimentel (PSD).
Para a vereadora Laís Leão (PDT), a expectativa é de muito trabalho neste segundo semestre. “Eu vejo de uma forma muito positiva. Acredito que nós temos mais chances de avançar com projetos bons de vereadores que tramitam nos primeiros seis meses”, disse a parlamentar. Ela vive a expectativa de aprovar o projeto ‘jardim de chuva’, de sua autoria, que cria novos modelos de drenagem. Com relação aos grandes projetos, Leão disse “que a Câmara Municipal deve ser protagonista neste processo. Temos o desafio de garantir a participação popular relativo ao novo Plano Diretor”.
Enfrentamento com os ‘vereadores federais’
A pedetista vê como negativo o excesso de polarização na Casa por parte dos ‘vereadores federais’, que são aqueles mais preocupados em debater pautas nacionais do que os problemas de Curitiba.
Membra da mesa diretora, a vereadora Giorgia Prates (PT), entende que o enfrentamento deve marcar o segundo semestre. “Além de fazer o contraponto necessário em projetos como a proibição da educação de gênero nas escolas, teremos um grupo de vereadores, que chamo de ‘vereadores federais’, mais preocupado com debates ideológicos que nada contribuem para a cidade, só pra própria caminhada eleitoral. Só peço proteção para manter a disposição e a força na luta, porque esse 2° semestre promete”, deu um spoiler a parlamentar petista
Avaliação semelhante da vereadora Vanda de Assis (PT). “Espero que a bancada de extrema direita aja com o respeito que a Casa e a população merecem”, completou. Para a petista, a expectativa é de que a Câmara “cumpra nos próximos meses trabalho voltado para os interesses da população”.
Pautas sociais e debate
Um dos desafios da oposição é fazer avançar pautas progressistas e de interesse da população mais pobre. “Com certeza nossas propostas sofreram resistência na tramitação dentro de uma casa que parece não ter compreendido a importância da justiça social. Teremos muito trabalho para avançar o PL de transparência da COHAB, da Escola Antirracista e da Curitiba do Axé”, disse Giorgia Prates.
A vereadora Camilla Gonda (PSB) mostrou sintonia com os colegas de legislativo. Ela ainda acrescentou que os temas importantes da cidade precisam ser debatidos com mais seriedade e sem atropelos.
“Esperamos que neste segundo semestre os debates tenham um nível mais qualificado e respeitoso, com foco na população curitibana. Discutiremos temas cruciais, como o Plano Diretor e a licitação do transporte coletivo. Porém, é fundamental que esses assuntos sejam debatidos de forma organizada, evitando votações em regime de urgência que comprometam a qualidade das decisões, como ocorreu em junho com a aprovação de empréstimos bilionários e o tratoraço da criação de cargos”, apontou Gonda.
Concessão do transporte
Na primeira sessão após o recesso, o prefeito Eduardo Pimentel apontou a concessão do transporte como principal pauta do seu mandato. “É de até 24 meses. Pode ser 3 meses, 6 meses, 1 ano, porque, como é uma grande concessão, ela envolve uma transição para que a coisa mais importante não aconteça, e não vai acontecer, que o trabalhador e a trabalhadora, o jovem, o idoso, o estudante, não fique um dia sequer sem o transporte coletivo na nossa cidade”, disse.
