Samuel Eto’o, Adebayor, Seydou Keita, Charles Kaboré, Alain Traoré, El Hadj Diouf. Todas essas lendas do futebol africano estiveram presentes para celebrar a inauguração do Estádio do 4 de Agosto (Stade du 4 Août), na cidade de Uagadugu, capital de Burkina Faso.
Oficialmente inaugurado em 18 de julho de 1984, durante a presidência do líder pan-africanista Thomas Sankara, o estádio foi banido pela Confederação Africana de Futebol (CAF) das competições oficiais em 2021 por conta da deterioração da infraestrutura.
Após a reforma, no entanto, a Seleção Burquinense de Futebol voltará a mandar suas partidas amistosas e oficiais em sua casa principal. No dia 8 de setembro, a seleção nacional enfrenta o Egito, em jogo válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Durante todo o dia, que marcou o aniversário de 42 anos da Revolução de 1983, o simbólico estádio permaneceu lotado, com apresentações artísticas, saltos de paraquedistas, e um grande mosaico da bandeira de Burkina Faso feito pelos milhares de presentes nas arquibancadas. Mas a principal atração foi a partida que contou com a presença das estrelas.
Para além do futebol, todos os jogadores mostraram seu apoio ao ex- presidente do país africano Ibrahim Traoré, um dos líderes da Aliança dos Estados do Sahel (AES) e hoje das principais vozes da luta anti-imperialista no continente africano.
A lenda Samuel Eto’o, ex-jogador do Barcelona e ícone do futebol camaronês, cuja última aparição no gramado do 4 de agosto havia sido em 2012, celebrou o retorno.
“É um verdadeiro prazer jogar em um estádio tão bonito na África. É simplesmente incrível o desenvolvimento que estamos vendo em nosso continente, que está acontecendo diante dos nossos olhos. Já agradeço a todo o povo burkinabé pela recepção”, disse Eto’o no gramado.

Sob o olhar atento de Traoré na arquibancada, Eto’o marcou de cabeça após assistência do senegalês El Hadj Diouf, autor do gol da vitória do Senegal contra a França na copa do mundo de 2002 e um dos destaques daquela campanha histórica do país da África do Oeste – que chegou às quartas de finais.
“É a África que ganha. Hoje estamos em uma África unida, precisamos estar juntos, dar as mãos e trabalhar para que a África avance”, disse o senegalês. E completou: “Gostaria de ver Burkina Faso ganhar uma Copa Africana”.
Já o togolês Emmanuel Adebayor, que ganhou o prêmio de Melhor Jogador Africano do Ano em 2008 , se sentiu honrado pelo convite e agradeceu a todas as autoridades burkinabés. Antes do jogo oficial nos estádios, uma partida festiva uniu os craques do futebol e Traoré no mesmo gramado.
“Que honra ter estado presente em dois eventos inesquecíveis ao lado do presidente de Burkina Faso, capitão Ibrahim Traoré, e todos os líderes e autoridades respeitados. Juntos, compartilhamos um terreno e um objetivo comum: unir a juventude africana da melhor maneira possível”, pontuou o ex-centroavante da seleção do Togo.