A Plenária Nacional da militância do Plebiscito Popular, realizada na noite desta quinta-feira (7), reuniu organizações sociais e partidárias para alinhar estratégias de mobilização e definir o calendário das próximas ações. O encontro teve como foco orientar as ações para o mês de agosto, com destaque para a coleta de votos e a realização de atividades em todo o território nacional.
Com foco no Rio Grande do Sul, os números registrados do Plebiscito Popular até o início da semana de 7 de agosto colocam o estado na terceira posição nacional na votação presencial — atrás de São Paulo e Santa Catarina — e na quarta colocação nas votações online, após São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
A meta é alcançar 10 milhões de votos até o encerramento da campanha. A estratégia definida na Plenária Nacional é intensificar a mobilização no mês de agosto e nas primeiras semanas de setembro, com destaque para a volta às aulas, o Dia dos Estudantes (11 de agosto) e o 7 de Setembro, quando haverá o Grito dos Excluídos e das Excluídas.

Juliana Bergmann, do Levante Popular da Juventude e representante da Frente Brasil Popular, integra a coordenação nacional e participou da plenária diretamente de Porto Alegre. Para ela, o momento reforça a importância da unidade entre diferentes organizações.
“A plenária reuniu militantes dos quatro cantos do Brasil para construir essa ferramenta tão importante para a classe trabalhadora. O balanço até aqui é muito positivo: o plebiscito tem conseguido aproximar a sociedade do debate. As pessoas estão dispostas a nos ouvir e a contribuir”, afirmou. Segundo ela, o segundo mutirão nacional de votos, entre 11 e 17 de agosto, será central para o avanço da campanha. “Vamos ter ações unitárias em todos os territórios: universidades, escolas, periferias, praças, mercados, igrejas, cozinhas solidárias e pontos de cultura.”
As propostas em votação no plebiscito incluem o fim da escala 6×1, a redução da jornada sem redução salarial, a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil e a taxação dos super-ricos. O debate sobre soberania nacional e a defesa de serviços públicos também faz parte da agenda.

Em Porto Alegre, a coleta de votos também ocorre junto a debates locais, como a defesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) contra propostas de privatização. Segundo Eliane Valensuela, integrante da coordenação estadual do plebiscito e secretária de mobilização do PT, as urnas estão instaladas em cozinhas comunitárias e outros espaços coletivos, com boa adesão da população.
“As urnas, que antes ficavam fixas, passaram a circular por bairros, praças e parques para dialogar com trabalhadores e trabalhadoras”, contou. Ela destaca que a isenção do Imposto de Renda para rendas de até cinco salários mínimos pode beneficiar diretamente a maioria da população. “Não é que não se queira pagar imposto, mas já se paga muito em tributos indiretos. Essa isenção colocaria mais dinheiro na mão do trabalhador, que gera emprego e movimenta a economia”, afirmou.
“Temos uma grande participação popular, com envolvimento de centrais sindicais, sindicatos, comunidades e movimentos sociais. O retorno tem sido muito positivo”, disse Valensuela.
A coordenação reforça junto à militância que cada voto deve ser registrado na plataforma oficial para que o alcance real da mobilização seja contabilizado, enquanto as equipes se organizam para ampliar a presença nas ruas e nas redes sociais nas próximas semanas.