O governo da Venezuela respondeu nesta quinta-feira (7) a decisão dos Estados Unidos de aumentar para 50 milhões de dólares (aproximadamente R$ 271 milhões) a recompensa em dinheiro que possa levar à prisão do presidente Nicolás Maduro.
O anúncio havia sido feito pela procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, que acusou Maduro de uma suposta ligação com grupos vinculados ao narcotráfico.
“A ‘recompensa’ patética de Pamela Bondi é a cortina de fumaça mais ridícula que já vimos”, disse em nota o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil.
Segundo o chanceler, enquanto o país desmonta “planos terroristas que são elaborados nos EUA, essa senhora inventa um circo midiático para agradar a extrema direita derrotada da Venezuela”.
Os planos aos quais Gil se refere também foram denunciados por Maduro ainda na quarta-feira (06) durante uma reunião do Conselho Federal do governo.
“O narcotráfico colombiano ‘uribista’ [ligado ao ex-presidente Álvaro Uribe], os grupos criminosos […] que ainda existem no país e a conspiração fascista financiada pelos EUA são uma equação nefasta para a Venezuela”, acusou Maduro.
O chanceler venezuelano ainda chamou a decisão de Washington de “piada” e a classificou como “uma distração desesperada de suas próprias misérias”.
“A dignidade de nossa pátria não está à venda. Repudiamos essa descarada operação de propaganda política”, disse.
A recompensa pela prisão de Maduro não é uma novidade nos planos do governo estadunidense contra a Venezuela. O primeiro governo Trump já havia oferecido 15 milhões de dólares por “informações que pudessem levar à prisão” do presidente venezuelano. A medida havia sido anunciada durante a chamada política de “pressão máxima” adotada pela Casa Branca para tentar derrubar Maduro da presidência.
O governo democrata de Joe Biden não só manteve a recompensa como a aumentou para 25 milhões de dólares, frustrando as expectativas de Caracas e de setores democráticos e empresariais dos EUA por uma reaproximação entre os países.
O atual mandato de Trump, embora já tenha declarado que não pretender forçar uma saída de Maduro do poder, segue adotando medidas de pressão contra o governo chavista, principalmente no setor petroleiro, principal fonte de recursos do país sul-americano.