A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) negociou cerca de 109,2 mil toneladas de arroz em operações de Contrato de Opção de Venda (COV), realizadas entre quinta e sexta-feira. O volume corresponde a 99,8% do total ofertado pela estatal. A medida garante preço mínimo e apoio a produtores diante da queda no mercado.
Ao todo, foram comercializados 4.044 contratos, que permitem aos agricultores vender futuramente o grão ao governo federal a preços pré-fixados. A Conab afirma que caso todos os contratos sejam exercidos, o investimento pode chegar a R$ 181,1 milhões, incluindo despesas operacionais.

“É a mão amiga do governo federal garantindo a rentabilidade aos produtores nessa hora em que os preços no mercado privado não se apresentam favoráveis ao homem e à mulher do campo”, afirmou o presidente da Companhia, Edegar Pretto.
Forte adesão no RS e em SC
Os contratos tiveram forte adesão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, principais estados produtores. No território gaúcho, 99% dos papéis foram negociados, incluindo toda a oferta com vencimento em outubro. Já em Santa Catarina, 100% dos contratos disponíveis foram adquiridos. Os vencimentos estão previstos para 30 de setembro e 31 de outubro, com valores estabelecidos conforme os prazos e custos logísticos.

A medida foi autorizada pelos ministérios da Fazenda, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, conforme a Portaria Interministerial nº 26. A iniciativa busca proteger os agricultores diante da queda no preço do arroz em um cenário de ampla oferta e retomada das exportações asiáticas, que pressionam o mercado internacional.
Além do COV, a Conab também está autorizada a comprar até 20 mil toneladas do grão por meio da Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). No fim de 2024, o governo já havia lançado uma primeira rodada de contratos de opção de venda, com 91,7 mil toneladas negociadas em 3.396 contratos.