A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é considerada justa pela maioria dos brasileiros: 55% apoiam a medida determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Outros 39% consideram a ordem injusta. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest, realizada entre os dias 13 e 17 de agosto.
Além disso, 57% dos entrevistados consideram que Bolsonaro quis provocar Moraes ao participar de uma chamada de vídeo durante as manifestações pela anistia aos acusados de golpe, no dia 3 de agosto. Outros 30% entendem que ele não compreendeu as restrições determinadas na prisão domiciliar.
Ainda segundo o levantamento, 52% dos entrevistados disseram acreditar que o ex-presidente participou da conspiração para um golpe de Estado, enquanto 36% disseram que não.
A pesquisa Quaest foi encomendada pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 13 e 17 de agosto.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi determinada por Moraes no dia 4 de agosto, após o ex-presidente descumprir medidas cautelares impostas pelo STF. As restrições ocorreram no âmbito do inquérito que apura a conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, pelos crimes de coação no curso do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. Ambos foram indiciados pela Polícia Federal na última quarta-feira (20).
Julgamento da trama golpista marcado
Os participantes do chamado núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado serão julgados a partir do dia 2 de setembro. Além de Bolsonaro, integram o grupo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o deputado federal Alexandre Ramagem; o almirante Almir Garnier; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
Os réus serão julgados por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.