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De direita

Conheça Mulino, o presidente do Panamá acusado de violações de direitos humanos, que vai se reunir com Lula

José Raúl Mulino reforça repressão interna e autoriza presença militar dos EUA, provocando forte rejeição popular

28.ago.2025 às 05h00
Havana (Cuba)
Gabriel Vera Lopes
Conheça Mulino, o presidente do Panamá acusado de violações de direitos humanos, que vai se reunir com Lula

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, se dirige à nação em seu primeiro aniversário no cargo na Assembleia Nacional, na Cidade do Panamá, em 1º de julho de 2025. (Foto de ARIS MARTINEZ / AFP)

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, chegou a Brasília para se reunir com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (28). De acordo com informações, a visita tem como objetivo apresentar as oportunidades de investimento que o Panamá oferece tanto ao Brasil quanto ao restante do Mercosul.

Este é o segundo encontro entre os dois chefes de Estado. O primeiro aconteceu durante a cúpula do Mercosul em Buenos Aires, no início de julho. Na ocasião, Lula — cujo país exerce atualmente a presidência semestral do bloco — demonstrou interesse em avançar em um acordo de livre comércio com o Panamá, tema que poderá ser retomado nesta nova reunião em Brasília.

O vice-ministro das Relações Exteriores panamenho, Carlos Guevara Mann, explicou que a viagem do presidente Mulino, que inclui visitas ao Brasil e posteriormente ao Japão, busca aproveitar a posição estratégica e a infraestrutura do Panamá.

“O principal objetivo do Panamá ao se associar a um bloco econômico dessa magnitude é se consolidar como plataforma de redistribuição das exportações desses países”, afirmou Guevara Mann, em entrevista coletiva na quarta-feira.

A visita de Mulino ocorre em um contexto particularmente complexo para a região, marcado pelo recente posicionamento militar dos Estados Unidos no Mar do Caribe, uma ameaça a toda a América Latina e ao Caribe, na qual o Panamá assumiu um papel estratégico nos interesses estadunidenses. Permitindo o desdobramento militar dos Estados Unidos no país.

Desde que assumiu a presidência, em 1º de julho de 2024, Mulino tem buscado reforçar ao máximo o alinhamento do Panamá com Washington, postura que se intensificou mesmo diante das reiteradas ameaças de Trump após seu retorno à Casa Branca.

O governo de Mulino se mostrou entre os mais complacentes frente às pressões da administração Trump, enquanto, no plano interno, mantém uma dura repressão que gerou graves denúncias de violações de direitos humanos por parte de movimentos sociais e sindicatos.

Chegada de Mulino ao poder

A ascensão de José Raúl Mulino ao Palácio das Garças foi marcada por uma reviravolta inesperada, resultado de decisões judiciais de última hora nas eleições panamenhas de 2024, que tornou cabeça de chapa Ricardo Martinelli inelegível.

Nessas eleições, Mulino havia se candidatado à vice-presidência pela Aliança para Salvar o Panamá, acompanhando o ex-presidente Martinelli, magnata de redes de supermercados e um dos empresários mais influentes do país, que governou entre 2009 e 2014, apresentando-se como um “outsider” de direita.

Ambos mantinham uma relação estreita de mais de quinze anos. Durante a presidência de Martinelli, Mulino atuou como ministro da Segurança, período marcado por forte repressão contra movimentos populares.

Em 2010, ele foi o responsável por uma violenta atuação em Bocas del Toro, que provocou a morte de dois sindicalistas. Na ocasião, o uso indiscriminado de gás lacrimogêneo deixou dezenas de manifestantes parcialmente cegos. Dois anos depois, novas ações repressivas resultaram na morte de outras três pessoas.

Apesar disso, durante o governo de Martinelli, o Panamá experimentou um crescimento econômico significativo, consolidando sua imagem positiva junto ao eleitorado. Isso se tornou relevante em 2024, quando o país enfrentava dificuldades econômicas: entre 2015 e 2024, o poder de compra dos trabalhadores caiu 10%, o desemprego girava em torno de 9% e 45% da força de trabalho estava no setor informal.

Nesse contexto, a lembrança da estabilidade econômica durante os anos de Martinelli o colocava como favorito. No entanto, a menos de dois meses das eleições, o Tribunal Eleitoral declarou Martinelli inelegível após confirmar sua condenação de 10 anos e 8 meses por lavagem de dinheiro.

O ex-presidente solicitou asilo político na embaixada da Nicarágua — aceito pelo governo nicaraguense — e foi substituído na candidatura por Mulino, que venceu a presidência com 34% dos votos, superando o segundo colocado, Ricardo Lombana, por nove pontos. A participação eleitoral atingiu um recorde de 77,5%, e a lei panamenha permite assumir a presidência por maioria simples.

Subordinação aos EUA e repressão interna

Em seu discurso de posse, Mulino deixou claro que o Panamá não seria um país de trânsito para migrantes, antecipando uma política migratória rígida e excludente, alinhada à sua abordagem de segurança e controle fronteiriço.

No mesmo dia, o chanceler Javier Martínez-Acha e o secretário de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, assinaram um acordo no qual Washington arcaria com os custos de transporte e logística para a repatriação de migrantes que ingressassem ilegalmente pela perigosa selva do Darién, na fronteira com a Colômbia.

Pouco depois, Mulino ordenou o “fechamento da selva do Darién”, por meio do deslocamento de forças militares e policiais, além de instalar arame farpado para impedir a passagem de migrantes por uma das regiões mais perigosas do continente.

Paralelamente, o governo implementou medidas econômicas drásticas de cunho liberal: eliminou subsídios à habitação e o controle de preços do arroz.

Em fevereiro, o secretário de Estado estadunidense Marco Rubio escolheu o Panamá como o primeiro destino de sua turnê pela América Central e pelo Caribe, evidenciando as pressões de Washington sobre a autonomia do país. Após a visita, o Departamento de Estado emitiu um comunicado coercitivo ao governo panamenho afirmando que o país “tomaria as providências cabíveis”, caso o Panamá não reduzisse a influência da China no Canal. A resposta de Mulino foi imediata: retirou sua nação da Rota da Seda e cancelou acordos com o governo de Xi Jinping.

Semanas depois da visita de Rubio, o governo de Mulino assinou um memorando de entendimento com os EUA, que autoriza o desdobramento militar estadunidense no país. A decisão foi tomada sem debate parlamentar ou consulta pública, provocando protestos inéditos no Panamá.

Desde então, sindicatos, movimentos populares e partidos políticos têm promovido greves gerais e mobilizações contra a presença militar estrangeira. A resposta do governo tem sido o uso de grande aparato repressivo, que organizações sociais denunciam como violações de direitos humanos, especialmente na província de Bocas del Toro, atualmente militarizada. Na mesma cidade, organizações sociais chegaram a relatar perseguição a líderes indígenas e a ocorrência de desaparecimentos forçados.

Diante das manifestações, o governo de Mulino adotou uma postura cada vez mais autoritária, aprofundando o confronto com a população e mergulhando o país em uma espiral repressiva.

Recentemente, nos dias 17 e 18 de agosto, o comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, Alvin Holsey, visitou o Panamá pela terceira vez no ano. Durante a viagem, Holsey supervisionou treinamentos conjuntos entre militares estadunidenses e forças de segurança panamenhas. Os exercícios ocorreram na antiga base militar dos EUA em Sherman, localizada na província de Colón.

A reutilização da antiga base militar dos EUA, junto ao deslocamento militar estadunidense no Panamá, ocorre no mesmo contexto em que os governo de Donald Trump posicionou tropas no Mar do Caribe, em evidente ameaça à Venezuela.

A repressão interna, combinada à postura de subordinação, gerou amplo descontentamento com o governo panamenho. Segundo pesquisa da Prodigious Consulting e do jornal La Estrella de Panamá, realizada em junho, quase três em cada quatro cidadãos desaprovam a gestão de Mulino, e apenas 2,7% a consideram “boa” ou “muito boa”.

A queda na aprovação tem sido abrupta: em janeiro, mais da metade da população ainda acreditava que o país estava no caminho certo.

Editado por: Maria Teresa Cruz
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