O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro firmou acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) e outros segmentos varejistas e atacadistas para um reajuste de 7% no piso da categoria, o que garante um aumento acima da inflação, registrada em 5,32%. No entanto, a negociação segue porque ainda há nove sindicatos pendentes de acordo, como o Sindilojas e o Atacadista de Tecidos.
Os trabalhadores receberão a reposição da inflação – fixada em 5,5% – retroativa ao salário pago em maio e o piso passa de R$ 1,6 mil para R$ 1.688. No salário pago em outubro, haverá o ganho salarial de 1,5% – completando os 7% – quando o valor do salário alcança R$ 1.712. Para aqueles que ganham acima, o reajuste é de 6% e em outubro o aumento é de apenas 0,5%.
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O percentual é um pouco abaixo do pedido pelo sindicato, que reivindicava 10%. Ao Brasil de Fato, o presidente considerou o acordo uma vitória em um cenário desafiador. “Conseguimos proteger da inflação os salários de um grande número de trabalhadores e trabalhadoras, das empresas representadas pela Fecomércio, que terão reajuste acima da inflação e outros avanços. Nossa luta, porém, continua até que os trabalhadores dos demais segmentos, como aqueles representados pelo Sindilojas, alcancem no mínimo o mesmo patamar”.
Outra medida prevista no acordo foi a ampliação da idade de 8 para 10 anos para poder levar o filho ao médico sem desconto em folha, a meta do sindicato era ampliar essa idade para 12 anos. Essa possibilidade é concedida apenas duas vezes ao ano, uma vez por semestre e uma terceira em caso de emergência. Entre as metas do sindicato está a ampliação deste número de dias.
A estabilidade na pré-aposentadoria foi outra conquista deste ano. O trabalhador com pelo menos cinco anos na empresa tem garantia de permanência no emprego nos doze meses que antecedem a aposentadoria. Para quem possuir vínculo há no mínimo dez anos, a garantia será estendida para 18 meses.
Entre as principais demandas que permanecem está a luta pelo fim da escala 6×1 para garantir maior tempo de lazer e dedicação a outros afazeres que não o trabalho. Uma jornada que já dificulta a contratação de trabalhadores. A redução da jornada também é alvo de uma Proposta de Emenda Complementar (PEC), feita pela deputada federal Erika Hilton, em que se estabelece uma jornada de quatro dias trabalhados por três de descanso e que não ultrapasse 36 horas semanais trabalhadas. Dados da Associação Brasileira de Supermercadistas (Abras) informam que o setor faturou R$ 1,067 trilhões em 2024, o que representa 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.