A 48ª edição da Expointer terminou neste domingo (7), após nove dias de atividades no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), com público superior a 1 milhão de visitantes. O Pavilhão da Agricultura Familiar registrou o maior volume de vendas da história, alcançando um faturamento de R$ 13,6 milhões
O pavilhão contou com 456 empreendimentos de 196 municípios, número recorde desde a criação do espaço. Entre os expositores, 355 eram agroindústrias familiares, 70 estandes de artesanato incluíram representantes indígenas e quilombolas, e 31 produtores apresentaram flores e mudas. Do total, 146 mulheres lideravam empreendimentos, 68 jovens até 30 anos participaram e 70 empreendedores estiveram na feira pela primeira vez.
Entre os estreantes, a família Silva, de Canguçu, apresentou queijos coloniais produzidos na propriedade, marcando a primeira experiência em um evento de grande público. Entre os jovens, Ana Paula, agricultora de Erechim, levou pães e bolachas feitos com trigo de sua família, ampliando sua rede de contatos e oportunidades de comercialização. Entre as mulheres produtoras, Maria de Lourdes, de Santo Ângelo, expôs geleias produzidas na agroindústria familiar, ressaltando a participação feminina na agricultura.

No setor de artesanato, grupos indígenas de etnias presentes no Rio Grande do Sul apresentaram peças de cestaria e sementes tradicionais, enquanto artesãs quilombolas do litoral mostraram bonecas de pano e trabalhos em crochê. Produtores vinculados à agroecologia e à regorma agrária exibiram hortaliças e produtos derivados sem uso de agrotóxicos, alinhados aos debates sobre transição produtiva realizados na feira.
Anúncios de apoio à agricultura
Durante a coletiva de imprensa realizada nos últimos dias do evento, o governo federal anunciou medidas voltadas ao setor. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, apresentou uma Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que destina R$ 12 bilhões à renegociação de dívidas de produtores rurais, priorizando pequenos e médios agricultores afetados por estiagens e enchentes.

Outro anúncio ocorreu no Pavilhão da Agricultura Familiar, com a divulgação dos primeiros projetos aprovados do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O aporte inicial será de R$ 500 milhões, parte de um total de R$ 1,9 bilhão previsto para 2025. Na modalidade Compra com Doação Simultânea, R$ 400 milhões serão destinados à compra de produtos da agricultura familiar para doação a entidades socioassistenciais. Também estão previstos investimentos em cozinhas solidárias. Nesta primeira etapa, 145 famílias produtoras devem fornecer alimentos que chegarão a aproximadamente 6,7 mil beneficiários.
Além das medidas econômicas, a feira promoveu debates sobre políticas de apoio, transição produtiva e crédito rural, com participação de representantes de movimentos sociais, organizações sindicais, produtores e gestores públicos. Os painéis discutiram estratégias para ampliar o acesso a tecnologias, assistência técnica e comercialização de produtos, além de abordar o papel de mulheres e jovens na agricultura familiar.
O Pavilhão da Agricultura Familiar reforçou seu papel como espaço estratégico para produtores de diferentes regiões, conectando o público a políticas públicas e iniciativas de comercialização. Com a diversidade de expositores, a feira mostrou a importância do setor para a economia local e nacional e destacou a interação entre produção, conhecimento técnico e políticas de incentivo.
*Com informações da Assessoria de Imprensa da Expointer